Durante algum tempo acreditou-se que as pessoas já nasciam líderes e, com o passar dos anos, suas fortes características inatas acabavam por aparecer. Para comprovar que este era o caminho, pesquisadores mapearam as habilidades e atitudes comuns a Jesus Cristo, Mahatma Ghandi, Buda, Maomé, Moisés, Dalai Lama, Martin Luther King e dezenas de outras personalidades que arrastaram multidões.
Após tal mapeamento, a tarefa de preparar bebês para serem "super-líderes" aparentava ser extremamente simples, pois haveria a necessidade de simplesmente treiná-los e habituá-los a agir como Moisés, por exemplo. Entretanto, tais estudos acabaram por não avançar, pois notou-se que a maioria das características de um líder estudado não se fazia presente nos demais. E quando se fazia presente, o grau de importância também não era o mesmo.
Posteriormente, surgiu uma corrente de estudiosos que começou a classificar os lideres de acordo com o seu estilo, ou "jeitão". Para os cientistas desta abordagem, há líderes autocráticos (que utilizam seu poder para decidir caminhos, recompensar ou punir seus liderados) e também líderes democráticos (que dividem as angústias, decisões e caminhos a percorrer com seus seguidores). Pensando por este prisma, podemos dizer também que há líderes liberais ou laisse faire, aqueles que deixam a equipe fazer o que quiser e não movem uma palha para nada. Pseudo-líderes que acabam sendo os líderes de ninguém.
O problema destas teorias anteriormente citadas é que nenhuma delas responde duas perguntas fundamentais para compreendermos quando há um bom desempenho do líder: Qual a importância dos liderados? Até que ponto a situação ou ambiente influenciam a performance do líder?
Foi a partir destes questionamentos que nasceu a Liderança Situacional ou Contingencial, descrita pelos teóricos Tannebaum e Schmidt e que expõe três conjuntos de forças influentes e decisivas durante a atuação de um líder: as suas características pessoais, as competências dos liderados e a situação onde se dá o processo de liderança.
Sim, não é possível apenas desejarmos líderes firmes ou carismáticos, porque as características pessoais de alguém já não garantem bons resultados em seu processo de liderança. Também não é possível acreditar que um time com excelentes jogadores ganhe o campeonato sozinho, sem um líder forte que os oriente (e vice-versa). Por último, mesmo possuindo um excelente líder e uma equipe coesa, os resultados poderão não ser os desejados se não houver uma análise bastante apurada do momento em que há a intervenção deste mesmo líder.
Por isto, neste mundo contemporâneo de mudanças contínuas e imprevisíveis, precisamos de líderes que possuam discernimento para saber como, quando, porque e onde agir corretamente. Ou não agir.
Antes de fazer qualquer coisa, o líder precisa olhar e perceber o que se passa ao seu redor.
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Wellington Moreira
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