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Delegar ou Delargar?

Wellington Moreira
03 nov 2011 às 15:25

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A grande maioria dos gestores reconhece que a centralização de tarefas baseada no equívoco de que podem ser onipresentes – como a Deus – provoca sua ineficácia no papel de liderança ao comprometer a performance de suas equipes e de si mesmos.

É fácil defender a atitude de quem distribui adequadamente os afazeres entre seus subordinados, mas, ao mesmo tempo, também constatar como as pessoas têm dificuldades para conduzirem este processo. Os resultados provam isto.

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Creio que o principal problema reside na própria compreensão conceitual. Muitos dos gestores acreditam que delegar tarefas é apenas uma forma de deixarem de lado aquilo que não é importante, isto é, conseguirem se livrar de uma série de coisas que qualquer pessoa pode fazer.

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Esta apreciação incorreta os leva a despejarem atribuições nas mãos de quem ainda não está preparado para assumi-las e mais à frente, é claro, se deparam com uma performance aquém do liderado e a frustração de ambos. Contudo, tal atitude não pode ser intitulada como resultado da delegação e sim da delargação.

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Delargar (que me perdoem os gramáticos) é exatamente isto! Repassar a responsabilidade pela execução de uma tarefa para alguém que não possui experiência ou conhecimento suficiente para tal e aguardar uma boa entrega logo adiante. Afinal de contas, delargadores creem que delegar é simplesmente redistribuir responsabilidades, pouco importando tudo mais que precisa ser feito.


Portanto, para delegar corretamente é necessário que o líder compreenda que ele precisa reservar tempo ao liderado. Acompanhá-lo enquanto este aprende as novas funções e ainda não está seguro para caminhar sozinho. Demonstrar-se disponível para que as pessoas tenham a liberdade de fazerem as perguntas que evitarão erros tolos mais adiante.

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Este processo precisa ser percebido como uma estratégia não apenas para que você consiga mais tempo em sua agenda e sim um meio para promover o amadurecimento de sua equipe de trabalho, principalmente quando combinado com empowerment.


Mas, o que o empoderamento significa exatamente? Praticar empowerment é enriquecer o cargo de alguém com responsabilidades que proporcionem o seu desenvolvimento. Destacar novas atribuições que ampliem o horizonte de percepção deste profissional e viabilizem oportunidades futuras para o mesmo na companhia sem que, a curto prazo, ele necessariamente tenha de mudar de cargo.


Contudo, tenha sempre em que mente que você delega a execução da tarefa e a corresponsabilidade ao liderado, mas o encargo maior pelo resultado da tarefa ainda continuará em suas mãos. Como a um técnico de futebol que possui autonomia para escolher quem irá escalar na equipe titular, o jogador que baterá o pênalti decisivo e qual esquema tático será utilizado, são os bons resultados que o sustentarão no cargo.


Muitas pessoas que se frustram ao delegarem tarefas e voltam a atuar como centralizadores por acreditarem que seus liderados são incapazes de assumirem novas funções não sabem conduzir este processo corretamente. São apenas delargadores.



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