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O Desenvolvimento Profissional nas Escolas de Samba

Viviane Rodrigues
15 mar 2007 às 11:00

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Há 69 anos, durante o carnaval, as pessoas (muitas delas de várias partes do mundo) têm a oportunidade de presenciar e assistir o maior espetáculo brasileiro: "O Desfile das Escolas de Samba", principalmente aquele reconhecido nos últimos anos como "do grupo especial"; e para os mais observadores, além da beleza das fantasias, do colorido dos carros, da música contagiante, dos corpos esculturais, da empolgação do público, há lições neste tempo inesquecíveis.

Que aprendizados será que deveríamos ter tirado e incorporado ao nosso dia a dia pessoal e profissional, neste último carnaval, a partir do que ouvimos e vimos a respeito das escolas de samba? Convido você a mergulhar neste cenário da alegria e do desenvolvimento humano e profissional por pelo menos mais um instante durante este ano!

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O primeiro grupo criado com o título de "escola de samba" surgiu no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, em 1928. Seguiram-se a ele outros grupos em diversos bairros da cidade. E entre as escolas da época, ainda em atividade, estão a Estação Primeira de Mangueira e a Portela.

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Os desfiles das escolas caíram logo no gosto popular e, da praça Onze, passaram a ser realizados nas avenidas do centro do Rio nos anos 70. Com a mudança na estética das fantasias e conseqüente encarecimento das mesmas, os bicheiros passaram a financiar as escolas. Mas, nos anos 80, os grandes bicheiros foram presos, entretanto a modernização da administração das escolas permitiu que os desfiles continuassem acontecendo com o mesmo brilho.

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Seja no centro-sul do Brasil, com os desfiles, no nordeste, com as festas de rua, na Bahia, com o trio elétrico, e em Pernambuco, com as danças dos blocos de frevo, o carnaval brasileiro se tornou a maior e mais conhecida festa popular do mundo e reconhecidamente uma grande fábrica de espetáculos.


Para maior compreensão deste mundo de magia, abaixo o Raio X de uma escola de samba e suas atribuições. Confira!!

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Bateria: é responsável pela sustentação e cadência do ritmo do samba da escola. Ensaiam o canto e o ritmo para o desfile.
Ala de compositores: é responsável pela criação do samba de enredo a ser cantado no desfile. É responsável pelo ensaio junto com as alas para que todos decorem o samba enredo.
Comissão de frente: tem a função de saudar o público e pedir passagem para o desfile. A apresentação pode ser feita da maneira tradicional ou de modo adequado ao enredo. Criam e executam a coreografia para apresentarem a escola de samba na avenida.
Velha Guarda: é formada pelos colaboradores mais antigos da empresa. Ensaiam o canto e a coreografia para o desfile.
Mestre Sala e Porta Bandeira: responsáveis pela apresentação da bandeira (pavilhão) da escola. A função do Mestre Sala é cortejar e apresentar a Porta Bandeira, bem como proteger o pavilhão da escola, e a da porta bandeira a de conduzir e apresentar o pavilhão.
Harmonia: harmonia é o entrosamento entre o ritmo e o canto, observando a distribuição dos componentes da agremiação. Desenvolve o planejamento e montagem do desfile. Responsável pela montagem da escola antes do desfile e pela evolução das alas durante o desfile. Administra o tempo para que o desafio seja cumprido dentro do prazo estabelecido.
Alas Temáticas: desenvolvem a coreografia de sua respectiva ala. Desenvolvem as fantasias e adereços de acordo com o tema da escola. Ensaiam o canto e a coreografia para o desfile.
Ala de Passistas: desenvolvem a coreografia das passistas, suas fantasias e adereços de acordo com o tema da escola e ensaiam o canto e sua coreografia para o desfile.
Ala das Baianas: desenvolvem a coreografia das baianas, suas próprias fantasias e adereços e também de acordo com o tema da escola, ensaiam o canto e a coreografia própria para o desfile.



ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Além do conhecimento da composição das equipes que realizam o desfile é interessante aprender sobre a estrutura organizacional de uma escola de samba. Assim, a primeira área de destaque fica com a produção porque é lá onde todo o sonho apresentado na avenida será desenvolvido. Essa oficina de produção é conhecida como Barracão e é composta por vários setores, entre eles: limpeza, desmonte, carpintaria, adereços, costura, chapelaria, escultura, almoxarifado, cozinha e as áreas de iluminação e efeitos especiais que geralmente são terceirizados.

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Entre março e agosto, começam a desenvolver os trabalhos as áreas de: desmonte, almoxarifado, cozinha e limpeza. Em agosto, inicia-se a fase de protótipos, quando são desenvolvidas as primeiras peças. Em novembro, começa a fase de produção em escala, e os setores de serralheria, carpintaria, escultura e pintura passam a funcionar. E em janeiro e fevereiro, o barracão atinge o seu funcionamento máximo para finalizar a obra e realizar o desfile no período de carnaval.


Existem quatro pessoas extremamente importantes na gestão de todas as demais dentro da escola. São elas: o patrono (quem cuida da estratégia financeira da escola); o presidente (quem administra o dinheiro que circula no barracão e define o tema do enredo do ano); o carnavalesco (o grande responsável pela gestão da criatividade na escola de samba, quem elabora os croquis das fantasias, adereços e bonecos dos carros alegóricos) e o administrador do barracão (quem controla todas as questões burocráticas do dia-a-dia do barracão: pagamentos, reclamações, dúvidas, ponto, etc). No barracão, além dessas funções, existem os chefes dos setores e os operários.

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LIÇÕES CORPORATIVAS DAS ESCOLAS DE SAMBA
Fora esta organização de papéis, o que mais se pode aprender com as escolas de samba é que em seu universo está a prova de quanto o brasileiro pode ser organizado e disciplinado, e que sua motivação vive na integração conquistada no relacionamento saudável com cada pessoa de uma equipe de trabalho alinhada aos objetivos determinados pela escola.


As mais importantes e eficazes lições que as Escolas de Samba dão e que ainda desafiam o mundo corporativo são:

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A) a importância de saber trabalhar em equipe;


B) a necessidade de ter paixão pelo trabalho;

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C) o comprometimento de todos com o resultado final;


D) a consciência generalizadora de que todos podem realizar seus trabalhos de forma competente e dentro do prazo;


E) a visão de que é preciso envolver as pessoas em um empreendimento comum;


F) as vantagens de se ter uma liderança diferenciada (onde existe aprendizado entre subordinados e chefes de setores, trânsito livre na sala dos diretores, desestímulo ao status ou espaços físicos privilegiados que permitem diferenciar os chefes dos subordinados – "todos trabalham em conjunto e em igualdade de condições dentro do barracão", preocupação em reconhecer os que revelem interesse ou habilidades acima da média, reconhecimento do trabalho realizado por todos e incentivo ao job rotation – "estímulo aos funcionários mais interessados em passarem por várias atividades, tornando-os generalistas no barracão).


Isto é apenas um pouco do que podemos tirar do desenvolvimento pessoal e profissional existente no mundo das escolas de samba!


Vale a pena visitar um barracão de uma grande escola de samba e acompanhar o progresso e a evolução deste estudo de caso destacado por gurus famosos da Administração como Tom Peters que considera as escolas de samba cariocas como modelos de empresas com ótimos resultados e ajustadas às novas tendências. Ele defende que "as organizações modernas deveriam parecer-se mais com o Carnaval carioca do que com as pirâmides do Egito" para fugir do estilo piramidal de gestão, em que as decisões vêm exclusivamente de cima. Nas escolas de samba acontece o oposto: a comunicação é rápida, sem intermediários, os funcionários tem autonomia e trabalham num esquema flexível em que podem usar sua própria criatividade para resolver problemas inesperados, e não há padrões pré-formatados.

Como Peters, vamos valorizar os exemplos corporativos que temos em nosso país, principalmente durante esta jornada em direção ao amadurecimento e crescimento humano e profissional.


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