Quase todo profissional, em algum momento da carreira, já perdeu algumas noites de sono pensando na apresentação que faria no dia seguinte, no relatório a terminar, ou mesmo no grave problema que tinha para resolver com o chefe. Possivelmente, também perdeu momentos em família porque teve que trabalhar até mais tarde, em fins de semana e feriados. Da mesma forma que o trabalho afeta a vida pessoal – privando os profissionais de momentos de lazer e descanso -, o inverso também ocorre.
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Doenças ou morte na família, divórcio, endividamento, alcoolismo e outros problemas de saúde mexem com o estado emocional das pessoas e, consequentemente, afetam o desempenho delas no trabalho. É papel das empresas identificar esse tipo de situação e oferecer o suporte necessário aos funcionários, especialmente quando se trata de líderes, porque eles exercem influência direta sobre os outros colaboradores e podem causar uma reação negativa em cadeia.
É o caso do gestor que coordena uma área de 50 pessoas e, por estar descontrolado emocionalmente, desconta seus problemas em todo mundo, anda sempre de mau-humor e extremamente irritado. Além de prejudicar a própria produtividade, afeta, também, o desempenho de sua equipe. Uma conversa franca pode não ajudá-lo a performar melhor se a causa do problema estiver relacionada a algo fora do trabalho.
E a principal dúvida que surge nessas horas é: "A empresa deve se envolver nos problemas pessoais de suas lideranças?"
A resposta é SIM, especialmente quando essas dificuldades pioram o desempenho dos gestores, como citamos no exemplo acima. Nem sempre os líderes percebem que os problemas pessoais estão afetando a atuação deles no trabalho. Outros até se dão conta disso, mas não se abrem com ninguém, porque temem sofrer algum tipo de represália ou cobrança.
Como as companhias devem lidar com essa situação? Separamos algumas dicas:
Crie um ambiente de confiança
É fundamental que vocês criem um ambiente de confiança para que os colaboradores e, em especial, os líderes se sintam à vontade para se expressar. As empresas devem se lembrar que estão lidando com pessoas e que não podem simplesmente ignorar as emoções delas. É importante demonstrar interesse pela vida e os problemas dos colaboradores. Dar abertura para uma conversa transparente é o primeiro passo.
Ofereça apoio e seja flexível
Grandes empresas costumam investir em serviços de assistência social ou apoio terapêutico para os seus funcionários. No caso de companhias menores, uma dica é ficar atento aos sinais apresentados pelos gestores que apontam que algo não vai bem. Às vezes, o que o líder precisa é tirar um ou mais dias de folga para resolver a pendência lá fora e retornar ao trabalho mais focado.
Analise se o problema afeta a credibilidade do líder
Além de oferecer suporte, cabe à empresa analisar se o problema enfrentado pela liderança lá fora afeta, de alguma forma, a credibilidade dele enquanto profissional. Imagine, por exemplo, que esse gestor esteja respondendo por algum tipo de crime. Em alguns casos, o afastamento definitivo é o mais recomendado. Isso ocorre quando a questão é tão complicada que pode abalar a imagem da própria companhia. Liderança vive de credibilidade e as organizações não podem se mostrar coniventes com práticas ou atitudes que vão contra os seus próprios princípios e valores.
Todas essas medidas se mostram eficazes no combate ao que conhecemos por presenteísmo – estar de corpo presente no ambiente de trabalho, mas não ter produtividade. O profissional que está fisicamente presente, mas com a mente a quilômetros de distância precisa de ajuda e as organizações não podem ignorá-lo ou simplesmente puni-lo pelo baixo desempenho. Equilíbrio na vida pessoal e no trabalho é a chave para que líderes consigam desempenhar suas funções e assumir responsabilidades com competência dentro das corporações.