Está enfrentando resistência interna de alguns dos líderes durante a implantação de mudanças que considera necessárias para o crescimento da sua empresa? Nem sempre é fácil convencer gestores de que aquele novo processo ou estratégia vai trazer melhores resultados para o trabalho deles e da equipe. Mas, afinal, o que você pode fazer para que eles se comprometam?
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Além de colocá-los numa sala de aula para receber treinamento técnico, simular o trabalho que precisa ser feito por meio de exercícios práticos e/ou aplicar dinâmicas de grupo, vale a pena, neste caso, criar situações nas quais possam aprender com seus pares que atuam em diferentes empresas.
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Os líderes, de maneira geral, gostam de ser "evangelizados" por outros líderes. O gerente de produção da sua companhia, por exemplo, certamente vai obter aprendizados valiosos se puder trocar experiências com aquele gerente de produção que trabalha numa empresa que admira. Assim como os diretores e supervisores. Quando encontram seus pares em outras organizações, as lideranças tendem a escutar com "ouvidos abertos" e dar mais importância àquilo que é dito.
Uma coisa é escutar sugestões sobre a implantação de um novo ERP ou a reestruturação de uma área dadas por um gestor da empresa em que o líder trabalha. Outra é receber estas mesmas informações e conhecimento da boca de um gerente de uma terceira companhia. Internamente, não é raro haver inveja, intrigas ou rixas entre as lideranças. Por isso, convide seus líderes a fazerem uma espécie de "benchmarking de práticas de gestão" em outras corporações.
O benchmarking, na verdade, ocorre quando uma empresa examina como outra realiza uma função específica a fim de melhorar seus processos. Quando se pensa em liderança ou práticas de gestão é possível fazer o mesmo. A troca de experiências com profissionais que são pares em diferentes organizações possibilitará que seus líderes atestem que determinadas práticas já funcionam bem em outros locais e, por isso, podem ser implantadas na sua empresa.
O ideal é que você promova a visita dos seus líderes a três ou cinco empresas – da região, estado, país ou até mesmo do exterior – que sejam boas referências daquilo que os gestores ainda precisam absorver. Mas, antes de implantar esta iniciativa, tome alguns cuidados:
– Deixe claro a cada líder o que quer que ele aprenda. A visita precisa ter um objetivo específico. Vamos imaginar que você quer que o seu gestor reestruture o departamento pelo qual é responsável. Isso tem que ficar claro para ele. O líder deve aproveitar a visita para tirar todas as dúvidas sobre o assunto, levantar os principais obstáculos a serem enfrentados, e pontuar vantagens e desvantagens do processo como um todo.
– Avalie o nível de interesse do líder. Após recomendar que ele visite outros gestores, verifique como anda a motivação do líder para implementar esse tipo de iniciativa. Está resistente em aprender novas práticas? Não se preocupe. Isso não é motivo para você desistir. Envie-o para as empresas assim mesmo. A experiência de conhecer outras realidades pode fazer com que ele mude de ideia ao longo do processo.
– Escolha criteriosamente as empresas a serem visitadas. Definido o objetivo da visita, você precisa mapear as organizações com as melhores práticas no processo que quer implantar na sua companhia. Claro que um concorrente direto possivelmente não irá "abrir a casa", revelar os "segredos" e receber seus líderes, mas muitas outras organizações certamente terão prazer em contar aquilo que fazem.
– Converse com o gestor da empresa que será visitada. Antes de enviar seu líder, faça um contato com a empresa e especificamente com o gerente/supervisor/diretor que será visitado. Explique o motivo da visita, elogie as boas práticas que gostaria de conhecer de perto e peça gentilmente que ele mostre ao seu gestor como o trabalho é feito.
– Envie uma pessoa junto com o líder. É importante que o líder seja acompanhado por seu supervisor direto ou um funcionário da área de Recursos Humanos (RH) neste tipo de visita – ou seja, por alguém que se preocupe com o desenvolvimento dele. Isso porque muitas vezes o gestor vai sem vontade, apenas porque está sendo obrigado. E aí, quando chega à empresa, pode não fazer as perguntas necessárias nem se esforçar para aprender alguma coisa relevante. Você terá investido tempo e dinheiro para nada!
Benefícios
As vantagens deste tipo de experiência são inúmeras. Além da troca de conhecimento com outros pares, os líderes têm a oportunidade de ampliar a visão sobre o negócio, os processos e práticas que são desenvolvidas em outras companhias. Ele literalmente sai da própria zona de conforto e passa a enxergar novas perspectivas.
Além disso, quando conversa com um gestor de mesmo nível, o líder pode se abrir mais francamente, pontuar dúvidas ou inseguranças que talvez não se sentisse confortável em compartilhar com seu superior direto. É por isso que a participação de um mediador nesta visita é importante, mas precisa ser dosada. Não é necessário que o acompanhante fique o tempo todo ao lado do líder. É preciso dar esse espaço para que a troca de experiências ocorra de forma tranquila, espontânea e sem medo.
Outra grande vantagem é que as lideranças acabam aumentando a rede de relacionamentos delas. Ao fazer contatos fora do ambiente comum de trabalho, os líderes terão novas pessoas com quem conversar e se aconselhar quando enfrentarem problemas no dia a dia. Podem ligar para o colega e discutir possíveis soluções.
E o mais importante: quando o líder vê um processo já implantado e dando resultados numa diferente empresa, tende a ser menos resistente às mudanças. Ele acaba percebendo que vale a pena correr riscos ou enfrentar possíveis transtornos para implantar novos mecanismos ou ferramentas que vão melhorar o dia a dia dele e da equipe que lidera.
O que acha de promover esta troca de experiências entre seus líderes?