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Liderança

Liderar o mercado, seguir o líder ou s​air do​ jogo?

Wellington Moreira
08 set 2015 às 10:27

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Toda vez que o ambiente macroeconômico entra em recessão no país nós já sabemos que boa parte dos investidores desaparece, os empresários repensam seus planos de ação, os consumidores se sentem inseguros para assumir compromissos financeiros de longo prazo e há o inevitável aumento nos níveis de desemprego em quase todos os tipos de indústria.


Diante desta realidade nada animadora, como as empresas devem se posicionar? Só existem três caminhos: liderar o mercado de atuação com agressividade, seguir a estratégia de quem está à frente do placar ou abandonar o jogo.

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Quem opta por liderar o mercado sabe que precisa inovar constantemente para que a sua proposta de valor permaneça atrativa aos olhos dos clientes preferenciais. Não se acomoda com o sucesso temporário, pois entende que a insatisfação positiva com a realidade e uma boa dose de ousadia é que a manterão no topo.

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É por isso que este tipo de empresa tem uma cultura organizacional vibrante, contrata pessoas que gostam de lidar com riscos, estimula um clima de trabalho pouco convencional e arrisca-se fazendo aquilo que a maior parte das organizações acredita ser temerário ou simples maluquice.
Se a sua empresa não tem um DNA inovador e você também não está disposto a desenvolvê-lo, outro caminho possível é seguir o líder de mercado. Ou seja, replicar a essência da estratégia adotada pelo player principal e permanecer atento aos novos movimentos de xadrez que ele opera para abocanhar a fatia que lhe cabe.

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Muita gente percebe essa forma de atuação como menos nobre justamente porque é a mais comum. Alguém implementa uma iniciativa que dá certo e os demais competidores logo copiam a estratégia tentando obter igual êxito. Mas não se deixe enganar: não é fácil ser um seguidor. Você até pode saber o que precisa ser feito, mas conseguir reproduzir o sucesso do vizinho é bastante complicado. Por quê? Compreender a estratégia do líder é uma coisa, ter a competência para executá-la é outra bem diferente.


A terceira opção é abandonar o jogo enquanto ainda há tempo. Muitas empresas estão fadadas a fechar suas portas amanhã ou depois de amanhã porque não têm vantagem competitiva alguma em relação aos concorrentes. O negócio em que elas competem já se transformou e continuam fazendo a mesmice de sempre.

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Tomar a decisão de afastar-se do jogo não é fácil, mas é sensato deixar de competir quando você se certifica de que não está preparado para ganhar e ainda tudo mostra que arcará com grandes prejuízos futuros se continuar adiando a saída honrosa que lhe resta.


Google, Alibaba, Netflix, Amazon e a brasileira Natura escolheram fazer parte da lista das empresas que lideram seus mercados e são capazes de surpreender a todos com novas e atrativas ofertas de valor. E elas sabem: outras desafiantes estão ansiosas por ocupar o lugar que alcançaram na mente de cada um de nós e será praticamente impossível permanecerem no topo ao longo dos próximos anos sem inovar.

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Quem preferiu adotar a estratégia de seguidor nestes mercados não é passivo, simplesmente percebeu que não possui a competência para brigar de igual para igual com quem está no topo ou encontrou um nicho específico de atuação que lhe satisfaz. Descobriu o seu lugar.


Apenas para ilustrar, veja o que aconteceu com o mercado de smartphones. Apple e Samsung brigam pela liderança do mercado; Microsoft, Huawei, Motorola e Xiaomi buscam consolidar seu espaço na arena; e muitas outras competidoras simplesmente desapareceram (casos da Nokia e da japonesa CES) ou estão próximas a abandoná-lo, como a Sony, após perdas financeiras superiores a US$ 2 bi neste mercado apenas nos últimos meses.


Recordo-me que, aos quatorze anos de idade, tive a chance de disputar um campeonato de futebol adulto, mas logo passei a ficar irritado com os empurrões e botinadas dos atletas mais velhos, até que alguém disse: "Se não está preparado para jogar como gente grande, então vá brincar com as crianças". Naquela época preferi amadurecer logo e atualmente o mercado exige o mesmo de cada uma das nossas empresas.


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