No Dia da Visibilidade Trans e Travesti, celebrado no dia 29 de janeiro, o Brasil chega ao 13º ano consecutivo como o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo, de acordo com a Antra (Articulação Nacional de Travestis e Transexuais). Para celebrar a data e refletir sobre essa visibilidade, a Frente Trans de Londrina promove neste domingo (30) a Mostra de Arte Trava, a partir das 18h, na Concha Acústica, com exibição curtas produzidos e protagonizados por pessoas trans e travestis.
A origem do dia da visibilidade se deu em 2004, quando esta população foi ao Congresso Nacional lançar a campanha "Travesti e Respeito". Em Londrina, as comunidades trans e travestis evocam suas antepassadas e antepassados que lutaram e deram suas vidas para que as pessoas travestis e pessoas trans possam, nos dias de hoje, dar mais passos em direção a uma sociedade que inclua e minimamente respeite nossa população.
“Toda a comunidade transgênera, e não só em Londrina, mas no Brasil inteiro, ainda sofre as mazelas da transfobia. Não acessamos o mercado de trabalho formal, não acessamos a saúde de modo integral, mas ainda assim resistimos e vivemos! Salve Scarlett O'Hara Costa e tantas outras que deram a vida para que pudéssemos estar aqui, de pé hoje!”, declara Juuara Barbosa.
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Em uma nota colaborativa, trans e travestis ressaltam que a resistência em existir promove o inimaginável. “Somos o país com mais pessoas trans e travestis eleitas para cargos políticos. Segundo a Antra, foram 30 eleitas e eleitos em 2020, quase quatro vezes mais quando comparado à eleição anterior. Este dado diz muito sobre nossa força e capacidade de mobilização. Somos corpos políticos desde sempre”, ressalta trecho do texto.
“Essa história não pode ser apagada, as pioneiras que passaram nos deixaram um legado de luta e glória. Sobrevivemos a ditadura, prisões arbitrárias por ‘vadiagem’, a ‘Peste Gay’ (como ficou conhecida a epidemia da Aids no inicío dos anos 80, no Brasil) marcada por ações como a Operação Tarântula em São Paulo e a promugação da Constituição Federal em 1988 e estamos ocupando espaços e produzindo, pulsando vida” relembra a ativista e artesã e travesti londrinense, Chris Lemes.
Para Enzo Lopes (30), homem trans londrinense, o dia da visibilidade trans é muito importante. “Cotidianamente ainda somos invisibilizados. O medo da rejeição é muito presente em nossas vidas e nossa luta é por respeito e amor. No cenário brasileiro, destacamos algumas personalidades, como psicólogo e escritor, João W. Nery, o modelo Sam Porto e tantos outros ativistas como Leonardo Peçanha e Alexandre Peixe. Ser um homem trans ainda é lidar com o receio de ser quem nós somos. Nossa existência precisa fazer parte do nosso dia-a-dia da sociedade. Sempre deixo uma reflexão: E você, o que você já fez para uma pessoa trans?”
A Mostra tem início as 18h e segue até as 22h. Vamos reverenciar nossas antepassadas e aplaudir as que lutam hoje para que outras possam vir!