A história de Londrina passou pelas lentes de Anibal Vieira, que por décadas registrou, principalmente, a vida social da cidade. Nesta quarta-feira (17), o município perdeu um dos seus fotógrafos mais conhecidos. Aníbal tinha 69 anos e lutava contra um câncer de medula. Nos últimos dias passou mal e foi internado no hospital Evangélico, onde faleceu. Ele deixa esposa, três filhos – um homem e duas mulheres - e quatro netos.
Colunista social da FOLHA, Oswaldo Militão contou que Anibal foi seu fotógrafo e auxiliar na década de 1980. “Fazia matérias sociais, fotos, gostava muito de ir ao Iate Clube, quando ele estava começando. Era uma boa pessoa, gostava do que fazia, sempre atento. Amava a comunicação e foi fazendo amizades neste meio”, destacou. “Na época consegui emprego para ele na antiga Ametur (Autarquia Municipal de Esportes e Turismo Londrina) e meio período, para não atrapalhar na questão das fotos”, relembrou. Ele era servidor público municipal aposentado.
Militão contou que Anibal registrou uma foto que fez sucesso na Folha de Londrina quando o Botafogo veio jogar na cidade. “Teve um jantar dançante no Iate e ele foi por conta e fotografou o Jairzinho (campeão do mundo com a Seleção Brasileira em 1970) dançando com uma nipo-brasileira. Ele mandou para mim, passei para o pessoal e saiu no jornal. No dia seguinte uma mulher ligou questionando como havíamos publicado aquela foto. Não tínhamos reparado, mas o Jairzinho estava com a braguilha aberta. Vendeu mais jornal naquele dia do que na renúncia de Jânio Quadros”, relatou.
Aníbal também foi fotógrafo da Folha da Sexta, que tinha um grande espaço para os eventos sociais dos clubes de Londrina. “Ele era aquela pessoa que atuava silenciosamente nos bastidores. Uma pessoa generosa, amável. Onde houvesse um evento na cidade ele estava. Foi um ótimo companheiro de trabalho. A Folha da Sexta chegou a ter 40 páginas e os clubes eram bem ativos, tinham muitas festas. O Aníbal era leal a o que viveu na FOLHA lhe deu muito prazer e satisfação”, enalteceu a jornalista Claudia Costa, que foi editora do caderno entre 1986 e 1999.
O velório será a partir das 20h de sexta-feira (19) no cemitério Parque das Allamandas e o enterro está previsto para às 16h de sábado (20), no cemitério João XXIII.