Durante o ano a indústria brasileira de sorvetes produz mais de 950 milhões de litros, incluindo sorvetes de massa, picolés e o sorvete "soft". Cerca de 70% deste total é consumido durante os meses de verão (setembro a março), de acordo com a ABIS – Associação Brasileira das Indústrias de Sorvetes. As previsões para a temporada 2009/2010 são otimistas em se tratando de crescimento do mercado: investimentos vêm sendo feitos na expansão das atuais empresas, em desenvolvimento tecnológico e novos estudos nutricionais.
O mercado de sorvetes no Brasil, que movimenta cerca de R$ 2 bilhões por ano, tem se mantido aquecido tanto em termos de vendas como de lançamentos. Ao lado dos tradicionais sorvetes, novos sabores e novas texturas têm sido introduzidos em cardápios sofisticados, confirmando que o sorvete vem ganhando, cada vez mais, o status de um alimento que pode ser consumido em qualquer momento.
Apesar do alto consumo no verão, os números podem crescer muito, principalmente se comparados aos de outros países. O brasileiro consome em média 4,7 litros anuais, menos de um terço do consumo per capita em alguns países nórdicos e frios, como a Dinamarca e a Finlândia.
Segundo Eduardo Weisberg, presidente da ABIS, a causa dessa diferença de consumo nestes países é cultural. "O setor de sorvetes no Brasil tem capacidade de atender o mercado durante o ano todo da mesma forma que atende no verão. Infelizmente os brasileiros foram educados a acreditar que tomar sorvete no inverno faz mal, provoca gripes e resfriados. É uma idéia falsa, pois o tempo mais frio não impede o consumo e tampouco provoca qualquer mal à saúde".
Aumento na produção e no consumo per capita
Os números mostram que, aos poucos, esta mudança cultural está sento atingida: entre 2002, ano de fundação da ABIS, e 2008, o consumo total de sorvetes no Brasil cresceu 33,8%, passando de 713 milhões de litros/ano para 954 milhões de litros/ano, enquanto o consumo per capita teve um aumento de 23,27%, passando de 4,04 para 4,98 litros/ano.
Hoje os picolés representam 19 % deste mercado, ou seja, aproximadamente 182 milhões de litros, o que significa cerca de dois bilhões e 550 milhões de unidades/ano. O sorvete soft também vem crescendo no mix: atualmente são produzidos 84 milhões de litros, o que significa 9% do mercado. Os sorvetes de massa são responsáveis por um volume estimado de 691 milhões de litros, 72%.
Sorvete é alimento
A ABIS vem trabalhado em busca de uma conscientização popular de que o sorvete não é apenas uma guloseima, mas sim um alimento nutritivo e que pode fazer parte do cardápio do dia-a-dia do brasileiro. "É um alimento completo, pois contém proteínas, açúcares, gordura vegetal e/ou animal, vitaminas A, B1, B2, B6, C, D, K, cálcio, fósforo e outros minerais essenciais em uma nutrição balanceada", diz Weisberg.
A tendência do setor aponta para a entrada definitiva do produto no rol dos alimentos lácteos, já que os sorvetes podem atingir 135mg/100g de cálcio, o que representa de 8 a 16% da dose diária recomendada. Uma opção principalmente para as pessoas que por hábito, gosto ou intolerância à lactose, não ingerem lacticínios na quantidade necessária. E para quem gosta de associar saúde e prazer.