Da mesma forma que os demais setores da cadeia de trigo, o de massas frescas tem sido duramente atingido pela escassez de matéria-prima e se vê forçado a reajustar seus preços a partir do início do próximo mês. "Estamos sendo pressionados pela não liberação do registro de exportações da Argentina e precisamos de uma prorrogação da TEC - Tarifa Externa Comum. Também necessitamos de incentivos fiscais ou uma reforma tributária que contemple a cadeia do trigo", afirma José dos Santos dos Reis, presidente do Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos do Estado de São Paulo - SIMABESP.
Este setor é composto por mais de 600 empresas que fabricam massas recheadas, lasanha, massas de pizza e pastel. Para ter a denominação "fresca", esse tipo de massa é produzido a partir de uma farinha mais nobre, feita com o cerne (núcleo) do trigo, o que resulta num baixo índice de cinza (casca do trigo). As principais características do produto são praticidade no preparo e qualidade superior em virtude do tipo do trigo e da farinha utilizadas. "Como a quantidade deste tipo de farinha obtida na extração é menor, o preço é cerca de 50% mais caro que o da farinha especial utilizada no pão", explica Reis.
O problema se agrava porque o setor depende especialmente do trigo importado, que é mais adequado para a confecção do tipo de farinha utilizada. "Do final de 2007 até agora o preço desta farinha cresceu 77%", diz o presidente do SIMABESP. Mas este percentual não foi, nem será repassado em sua totalidade ao consumidor: "desde o final do ano houve um reajuste em torno de 10% no preço dos produtos finais. E agora o setor aponta para a necessidade de um novo reajuste, de 15% a partir de maio".
Com mais de 500 empresas dos mais diversos portes espalhadas por todo o País, o setor de massas frescas tem uma produção anual de cerca de110 mil toneladas, que resultam num faturamento estimado em R$ 605 milhões.