Antes considerada atrativo de final de ano, as carnes de ovinos estão entrando para os churrascos de final de semana com o desafio de passar a integrar o cardápio do dia-a-dia. Entre as opções estão a ovelha e o carneiro (adultos) e o cordeiro (filhote). Esta última é a mais apreciada, pela maciez e sabor suave. Algumas casas de carnes de Londrina e região já oferecem vários tipos de cortes especiais, que há pouco tempo só eram comercializados nos grandes centros.
A criação da Cooperativa Agroindustrial de Ovinocultores – Coopercapanna Carnes Nobres, na região de Londrina (PR), há dois anos e meio, contribui para a popularização deste tipo de carne no Norte do Estado. A entidade abate semanalmente uma média de 60 animais – número que triplica em novembro e dezembro – e entrega a carne todas as quintas-feiras em dezenas de estabelecimentos de Londrina, Cambé, Ibiporã, Rolândia, Arapongas e Cornélio Procópio.
A cooperativa só trabalha com cordeiros de três a oito meses de idade. Os estabelecimentos comerciais recebem a carcaça e fazem os cortes de acordo com a preferência de sua clientela. A Coopercapanna atende hoje entre 30% e 35% do mercado de Londrina e região. O restante – a maior parte – vem do Uruguai e também há carcaças de origem clandestina.
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Apesar da popularização, este tipo de carne nobre ainda é privilégio do comércio das regiões centrais das cidades, cujo público alvo são as classes A e B. Os preços variam de acordo com os cortes especiais. Entre eles estão o carré (tipo francês e filé), o pernil (peça inteira e fatiado), a paleta, e a costelinha – o cordeiro também é vendido inteiro e desossado.
Na Casa de Carnes do Lago, no Jardim Cláudia (Zona Sul), em Londrina, a média de preços vai de R$ 13 (costelinha) a R$ 49 (carré tipo francês) o quilo – o carré com filé custa R$ 24,98 o quilo. O proprietário Paulo Caetano Magno informa que o consumo de cordeiro aumentou no seu estabelecimento há cerca de dois anos. ‘Antes, era só carneiro congelado do Uruguai. Vendíamos pouco. Hoje, com a carne resfriada chegando toda quinta-feira da Coopercapanna, chegamos a vender até 150 quilos por semana’, afirma.
A maior parte da clientela é masculina, mas o comerciante diz que já começa a perceber mulheres e até crianças com interesse na carne nobre. ‘Dias atrás achei interessante o comentário de uma criança que pediu para a mãe levar um tipo de carré que ela gostava’, observa. ‘Hoje, o cordeiro está presente nos churrascos e vai até para a mesa no meio da semana’.
Segundo Magno, muitos consumidores que antes compravam cortes especiais nos grandes centros passaram a consumir na cidade. Ele diz que faz muito sucesso entre os clientes o pernil desossado. ‘A gente prepara sem despedaçar, fica inteirinho’, destaca.
Além de escolher os cortes, o consumidor de carne de cordeiro precisa ficar atento à procedência. O presidente da Coopercapanna Carnes Nobres, Ricardo Luca, afirma que o consumidor deve pedir para ver a carcaça com o carimbo de sua origem nas casas de carnes e supermercados.
‘Na nossa cooperativa, por exemplo, toda carcaça sai com o nome do produtor. É carne rastreada, se houver alguma reclamação de consumidor teremos como identificar o problema. O abate é feito de acordo com as normas de inspeção sanitária e depois de abatido o animal é resfriado em câmara fria. Isso tudo garante qualidade ao consumidor’, observa.