Os utensílios para cozinha estão se modernizando e os homens são os principais consumidores dessas novidades. Uma panela de titânio pode custar em média R$ 800. E eles compram. Sem culpa. ‘Os homens que gostam de cozinhar nos finais de semana são os que gastam mais neste tipo de produto. Já a mulher não. Ela quer mais é preço’, destaca José Perri Neto, proprietário da loja Spetacollo, especializada no segmento.
Praticidade, design diferenciado e durabilidade são as principais características dos produtos que esse público procura. Em geral, as panelas vão do fogo para a mesa - podem ir, inclusive, para o forno. Desempenham bem a função e ainda fazem bonito entre os convidados. As espátulas, colheres, conchas são todas de silicone e também não ficam mais escondidas dentro das gavetas. Custam em média R$ 50 cada.
Um bom exemplo de objeto de desejo são as panelas de titânio. ‘São mais duráveis que as de teflon, não soltam resíduo químico. É um produto que se tornou mais comum no Brasil há uns três, quatro anos. Temos quatro marcas no mercado, todas importadas’, explica Perri Neto. Outro destaque, segundo ele, são as panelas de ferro fundido. ‘O Brasil está tentando imitar, mas por enquanto o que temos são as francesas. Na França, por exemplo, esse é um objeto que passa de pai para filho’, diz o comerciante, informando que o preço de um tamanho médio vai de R$ 500 a R$ 1 mil.
O empresário Fábio Ajita tem várias panelas nessa linha diferenciada e confessa que não deixa ninguém usá-las. ‘Compro porque é meu hobby, não é para colocar no dia-a-dia’, diz ele, que vai para o fogão toda semana para preparar massas, paella. Recentemente, fez um curso de sushi e também adquiriu vários utensílios em madeira específicos para o prato. Ele conta que já conseguiu achar em promoção - ‘por um preço muito bom’ - uma panela francesa que custaria em torno de R$ 800. ‘Para mim, são coisas básicas, de qualidade, que eu uso mesmo. Direto’, diz.
Recém-chegado no mundo gastronômico, o empresário Marcelo Ontivero também já fez suas aquisições para a cozinha. ‘Gosto muito de uma frigideira wok (estilo chinês) de teflon. É muito bacana, prática, vai direto para a mesa. O mais interessante é o formato, que não deixa o alimento aderir às paredes’, observa Ontivero, que por influência de amigos começou a fazer um curso de culinária há dois meses.
Ele também usa os utensílios de silicone, que não danificam as panelas, resistem às altas temperaturas e são fáceis de lavar. O empresário cita também um objeto bem simples - o almofariz -, que faz toda a diferença, por exemplo, na hora de preparar molho pesto. ‘É tipo um pilão, que serve para triturar especiarias e ervas frescas’, conta. Ontivero diz que sempre gostou de cozinhar, mas se ‘animou’ em comprar utensílios modernos depois do curso. ‘Cozinha é um lugar de transformações químicas. Você faz higiene mental, desestressa’, considera ele, que vai para o fogão nos finais de semana.
'Na cozinha, tudo deve ser muito fácil'
Há vinte anos envolvido com o mundo gastronômico, chef Taíco é um disseminador do conceito da cozinha prática. E ele diz que os utensílios devem seguir a mesma linha. ‘Não se deve encher a cozinha de dogmas, rituais. Na cozinha, a pessoa tem que ficar à vontade, tudo deve ser muito fácil’, diz.
Ele observa que os objetos do passado foram modernizados e são muito úteis nas cozinhas de hoje. O antigo escorredor de macarrão virou ‘espagueteira’ e já vem junto com a panela onde o alimento é cozido. O almofariz (espécie de pilão) desempenha muito bem o papel do ‘amassador de alho’, sendo usado para triturar ervas frescas.
As facas, conforme o chef, também não precisam ser as mais caras, importadas. ‘O importante é que seja leve e pegue corte com facilidade, podendo ser afiada todo dia’, indica. São peças simples e práticas, ao contrário dos processadores que surgiram no mercado há um tempo atrás. ‘É o tipo de coisa que não é bem aceita porque dá muito trabalho para lavar’, diz Taíco.
Em matéria de panela, o chef destaca o estilo wok - panela milenar de origem chinesa, que serve para o preparo de qualquer tipo de prato. ‘A vantagem é que não tem cantos, é mais fácil de mexer e o calor é melhor distribuído’, explica, destacando que há vários modelos em alumínio teflonado, em titânio, entre outras. Ele também enumera as vantagens das caçarolas. ‘Podem começar no fogão e ir para o forno e depois direto para a mesa. O pessoal também gosta bastante porque elas vêm coloridas, enfeitam a cozinha’, diz.
Quanto ao custo de tais produtos, chef Taíco diz que vale investir porque têm qualidade e durabilidade. Na opinão dele, os homens gostam de comprar bons utensílios para a cozinha assim como acham importante ter bons artigos de pesca, de golfe. ‘Para a mulher, que durante muitos anos cozinhar foi uma obrigação, a cozinha é uma área da casa onde ela pensa em economizar e não em gastar’, observa.