Preparar um bom churrasco para os amigos é o sonho de todo churrasqueiro. O dilema é como conseguir agradar a todos nesse momento tão especial. Para garantir o sucesso na hora de assar a carne, é preciso estar atento a diversos detalhes, desde o tipo da carne a ser assada até o tempo certo de grelha.
De acordo com Gerson Almeida, sócio proprietário do açougue curitibano Clube da Carne, cada tipo de carne necessita de cuidados específicos. Carnes de grelha ou peças fatiadas, por exemplo, devem ficar a distância até o fogo de no máximo 40 centímetros, com uma brasa bem forte. Já as carnes de espeto ou peças inteiras devem ficar a 60 centímetros do fogo.
"Esse calor necessário pode ser medido pelo calor que a sua própria mão aguenta exposta. Na faixa dos cinco segundos, estamos no tempo certo. Se o período for maior que isso, o fogo está muito fraco e vai cozinhar a carne. Se for menor, o fogo está muito forte e a carne pode queimar", avisa.
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Como escolher a carne
Segundo Gerson Almeida, o ideal é separar seu churrasco por "aperitivos" e "pratos principais", esperando para colocar a carne no fogo quando todos os convidados já estiverem presentes. Os aperitivos podem variar, e vão desde o pão de alho e a linguiça até pequenos cortes de carne, entre elas a bananinha da costela, frango e costelinhas suínas ou de cordeiro. "Lembre-se que por mais que seus convidados estejam com fome, o aperitivo não pode sobressair ao seu prato principal. Então tome muito cuidado com a quantidade de aperitivo que será servida".
Já para seu cardápio principal, a gama de cortes oferecidas no mercado é enorme, principalmente após a introdução de diferentes culturas em nossa gastronomia. "Bife Ancho, Ojo de Bife, Prime Rib, Ribeye passaram a fazer parte do nosso churrasco. A picanha, mesmo sendo a campeã de vendas, aos poucos vai sendo substituída por esses diferentes cortes. Experimente um filé de costela com três centímetros de espessura, que é o mesmo que Entrecot ou Ojo de Bife, ou uma bisteca do contrafilé, que é o Prime Rib, para surpreender os convidados positivamente".
O tempero
Utilize somente sal grosso ao preparar a carne. Salgue instantes antes de levar o preparo ao fogo. A vantagem do sal grosso é que você não corre o risco de salgar demais a carne. Se você gosta de incrementar com temperos diferentes, utilize somente depois da carne pronta para não correr o risco de alterar seu gosto e sua característica, ou até mesmo ressecá-la. "São poucos os cortes que aceitam bem temperos antes de serem assados. Um exemplo perfeito é a fraldinha na mostarda, que por ser um corte que vem de uma região muito irrigada do boi não perde a suculência quando temperada", conta Gerson.
Como preparar
Acenda o fogo com pelo menos 40 minutos de antecedência, para que você consiga um braseiro bom para grelhar ou assar as carnes. Utilize os acendedores de álcool petrificado ou em pasta que existem hoje no mercado e são muito práticos e completamente seguros.
Outra dica interessante é guardar um pouco das cinzas dos churrascos anteriores para utilizar sobre a brasa no momento de grelhar as carnes. "Estas cinzas impedem que a gordura que cai durante o processo de grelhar a carne levante labaredas, que podem torrar ou chamuscar a carne dando um gosto desagradável", explica Gerson.
O ponto ideal
O ponto da carne está nas mãos do churrasqueiro. A dica é usar a mão para descobrir o ponto da carne. Para isso, una os dedos de uma mão e usando o indicador da outra mão pressione o adutor, aquela parte gordinha embaixo do polegar. Com isso, de acordo com os especialistas é possível sentir como deve estar a textura da carne para cada nível de cozimento. Você deve comparar a maciez da carne com a da "almofadinha" da mão. Unindo o polegar e o indicador, você terá o ponto mal passado. Troque pelo dedo do meio e assim a carne estará ao ponto. Se você juntar o polegar com o dedo anelar, terá o ponto bem passado.
A quantidade
A quantidade de carne é umas principais dúvidas na hora de oferecer um churrasco. Para não errar, Gerson Almeida conta que é possível fazer um cálculo com 350 gramas de carne por pessoa. "Porém, se a carne tiver osso, vale aumentar para até 470 gramas por pessoa", diz.
O kit do churrasqueiro
O kit de churrasco básico que um churrasqueiro precisa ter em casa é composto por uma grelha, um espeto duplo e um espeto simples tipo espada, se optarmos por carnes grelhadas. Se for tratar de carnes assadas, é necessário acrescentar dois espetos duplos. Outros itens indispensáveis são as tábuas, garfos e facas, além de uma pinça para virar a carne. "Evite usar garfos para furar a carne ao vira-la, pois ele pode fazer com que o suco da carne se perca, desidratando a mesma e perdendo suculência", completa o proprietário do Clube da Carne.
Assados no forno
Se você não tem churrasqueira em casa, ainda resta a opção de assar a carne no forno. Separamos nove receitas especiais. Anote:
Filé de costela assado com vodca e limão é sucesso garantido; aprenda
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-33--76-20150728
Curiosidades sobre o churrasco gaúcho
Prato típico do Rio Grande do Sul (RS) o churrasco reúne uma legião de fãs no Brasil e no mundo, e possui algumas curiosidades sobre seu histórico e preparo. Quem revela os aspectos peculiares dessa iguaria gaúcha é o garçom da Churrascaria Montana Grill, Magnos Zanatta, gaúcho de Constantina, que listou oito curiosidades sobre o churrasco degustado por seus conterrâneos. Confira:
Nome vazio, mas cheio de sabor -Se um dia você estiver no RS e alguém oferecer um Vazio, fique tranquilo. A carne, conhecida também como fraldinha, é uma das mais degustadas nas mesas gaúchas.
Fartura no corte - Segundo Magnos, esse negócio de corte mais fino da carne é coisa de paulista. No RS, o pedaço tem que ser generoso e suculento, para que o sabor seja bem aproveitado.
Chimarrão e carne combinam sim! - A tradicional roda de chimarrão feita entre os gaúchos é conhecida e copiada em várias partes do Brasil. No RS, além de ser feita para degustar o mate, também é realizada antes de iniciar o churrasco, já que a erva abre o apetite.
Rodízio? A ideia surgiu nos Pampas - Segundo o gaúcho, a história contada no site da Achuesp (Associação das Churrascarias do Estado de São Paulo), tem muito sentindo. "Antigamente, cada corte de carne era oferecido individualmente, como prato único. A história conta que em uma churrascaria do sul, o sistema nasceu por causa de um atrapalhado garçom. Ao entregar as carnes às mesas, ele trocou os pedidos, oferecendo a picanha a quem havia pedido costela, a maminha a quem solicitou o cupim e assim por diante, generalizando a confusão. Para acalmar o ânimo dos clientes, o dono da churrascaria, resolveu passar todas as carnes em todas as mesas e cobrar um preço único pelo almoço. Estava descoberto o rodízio, um sistema de sucesso e que agrada a todos".