O Carnaval ainda está a todo vapor, mas os supermercados já estão lotados com todos os tipos e formas de chocolates: são barras, ovos, coelhos, bombons, trufas... delícias que fazem qualquer um perder a linha e se entregar ao 'prazer' de degustar essa irresistível tentação.
Em meio a tanta oferta, há quem prefira os chocolates artesanais. Outros fazem dessa época uma oportunidade para ganhar dinheiro extra com a venda dos produtos à base de chocolate. Se este é o seu caso, a primeira dica é lembrar que o sucesso de qualquer trabalho depende de um certo conhecimento prévio. Com o chocolate não é diferente. Mesmo que sua produção seja doméstica, vale a pena seguir algumas regras. Veja quais são elas e garanta o sucesso de público e, se for o caso, de vendas!
Evite o desperdício
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Trabalhe sobre papel manteiga. Recolha as rebarbas e aparas que, junto com peças imperfeitas, devem ser reaproveitadas em crocantes ou recheios de bombons.
Luvas, touca e avental
É mais higiênico trabalhar com luvas descartáveis, que também evitam indesejáveis "impressões digitais" causadas pelo calor das mãos. Com os cabelos presos dentro da touca ou rede e o uso do avental, você evita qualquer tipo de contaminação e a conseqüente deterioração do produto.
Calor do ambiente
O ideal é trabalhar em ambientes refrigerados por ar condicionado. Na impossibilidade de fazer esse investimento, não cozinhe enquanto está lidando com o chocolate. Além de aquecer o ambiente, vai enchê-lo de vapor. A melhor solução é trabalhar à noite, quando a temperatura é mais baixa.
Dê exclusividade ao chocolate
Não faça outras coisas enquanto trabalha com o chocolate. Ele exige vigilância constante para não passar o tempo ideal de derretimento, secagem e endurecimento.
Temperagem
É o nome técnico do processo de derretimento e resfriamento do chocolate nobre (inclusive o diet), antes dele ser empregado. O derretimento adequado é feito a 42°C. Em seguida é feito um resfriamento gradual, até ele ficar frio (29°C a28°C), para garantir a estabilidade do produto e a facilidade de manuseio. Use um termômetro culinário para fazer essa conferência.
A temperagem deve ser feita sempre que os produtos forem feitos com chocolate nobre e diet.
Chocolate nobre
É aquele que contém alto percentual de manteiga de cacau em sua composição. É o único chocolate verdadeiro. Para garantir a facilidade de manuseio, brilho e uma textura que o faça derreter na boca, o chocolate deve passar pela temperagem antes do emprego.
Hidrogenados (cobertura)
Os hidrogenados levam o título de cobertura. São aqueles onde a manteiga de cacau foi substituída por óleo extraído da soja e, portanto, não é considerado um chocolate nobre. Custa mais barato, é mais fácil de trabalhar, pois dispensa o resfriamento. Encontrado nas mesmas versões do chocolate nobre (ao leite, meio amargo, branco e colorido), é ideal para a decoração em geral. Geralmente é empregado em produções de grande escala, diminuindo os custos. Porém, a qualidade final fica comprometida quando comparada a chocolates nobres, pois ele é inferior em sabor e em textura. Ele é encontrado em barra ou pastilhas.
Fracionados (cobertura)
Como os hidrogenados, também são coberturas. A diferença entre eles é que os fracionados são feitos com gordura extraída de um coco denominado palmisde que, segundo o fabricante da Siber, acentua mais o sabor do chocolate e melhora a sua textura. De brilho acentuado, dispensa o choque térmico (temperagem).
Chocolate Dietético
Também chamado diet, ele é formulado para atender a certos tipos de patologia como, por exemplo, o diabetes. O termo light é para alimentos que apresentam redução de, pelo menos, 25% do valor calórico total. Entre o chocolate normal e o diet, a diferença de calorias é muito pequena, apenas 16 kcal. Por isso, o chocolate diet não é adequado para regimes de emagrecimento mas sim para atender a quem não pode consumir açúcar refinado, como é o caso dos diabéticos.
Secagem do Chocolate
Deve ser feita gradualmente, sempre em geladeira. Nunca use o freezer pois o shoque térmico que ele provoca faz a fôrma suar e essa umidade vai comprometer o produto.
Chocolate que sua
É aquele que ficou mais tempo que o necessário dentro da geladeira. Depois de seco, ele ficará manchado.
Limpeza das fôrmas
Limpe as fôrmas com um pano seco e macio entre uma modelagem e outra. Lave-as com água morna e sabão neutro somente ao final do trabalho para evitar que o chocolate entre em contato com umidade.
Tempo de execução
É aquele que se leva para produzir o produto. Nas matérias não levamos em conta o tempo de temperagem do chocolate.
Calculando o peso final
Ovos de Páscoa: Escolha a fôrma correspondente ao peso desejado. Por Exemplo: em uma fôrma de ½ kg, aplique duas ou três camadas de chocolate em cada metade. Essas camadas devem somar 400g, aproximadamente . Complete os 100 g restantes com os bombons do recheio.
Embalagem
Antes de embalar os produtos, aguarde, no mínimo, oito horas. Mantenha-os sobre papel manteiga em lugar fresco, livres de luz, calor, umidade e odores.
Materiais
Chocolates - Em barras de 1 kg, você vai encontrar o chocolate nobre, e as coberturas (hidrogenado e fracionado) nas versões branco, ao leite e meio amargo. O hidrogenado também apresenta na forma de gotas. Já o chocolate dietético é vendido em barras de 500 gramas.
Banho-maria - A panela, própria para banho-maria, deve ser usada exclusivamente para derreter chocolate. Não tendo a panela específica e precisar improvisar, não permita que o recipiente interno entre em contato com a água.
Placas e faca serrilhada - De material plástico ou de madeira, as placas servem como suporte para o chocolate que será cortado com faca serrilhada para ser derretido em banho-maria. Estes materiais são desnecessários para as outras técnicas de derretimento.
Derretedeira elétrica - A menor delas tem capacidade para 2 litros e,a maior, para 15 litros de chocolate. Acima disso elas são feitas sob encomenda. Algumas delas, como a de 7 litros, possuem divisões internas que permitem derreter simultaneamente dois tipos de chocolate. As cubas seguem o padrão culinário, de modo que elas possam ser substituídas de acordo com a necessidade. Como a temperatura ideal é mantida automaticamente, esta é a forma mais segura de derretimento. Ao parar a produção, o chocolate que sobrar não precisa ser retirado. Basta ligar a derretedeira quando for retomar o trabalho.
Fôrmas - As mais comuns são as de PVC. Próprias para modelar ovos de Páscoa, bombons, pirulitos e muitos outros produtos, têm modelos e tamanhos variados.
Tigelas - De vidro ou refratárias, elas serão utilizadas em vários tamanhos durante todo o trabalho.
Faca lisa: para cortar aparas, raspar a superfície das fôrmas e eliminar o excesso de chocolate.
Pão Duro: sempre que for mexer ou misturar o chocolate.
Espátula de metal ou plástico: empregada na técnica de resfriamento do chocolate sobre pedra.
Saco de confeitar: para a decoração com glacês ou para aplicar recheios em bombons.
Pincel: para criar efeitos como a mescla.
Termômetro: para conferir a temperatura ideal de derretimento e de resfriamento.
Balança: garante quantidades certas para cada trabalho, evitando desperdícios.
Grãos, cereais e frutas secas
Nozes, avelãs, amêndoas, pistache, castanha do Pará, castanha de caju (triturados, inteiros ou em lascas), granola e sucrilhos serão empregados tanto na decoração como misturados ao chocolate para produzir os Crocantes.
Frutas frescas e desidratadas
Frescas: podem ser empregadas como recheio ou apenas banhadas no chocolate. Mas fique atenta para o prazo de validade. Geralmente, elas devem ser consumidas no mesmo dia.
Desidratadas: aquelas que são desidratadas sem adição de açúcar podem ser parcialmente banhadas em chocolate dietético para atender a quem não pode consumir açúcar refinado, como é o caso dos diabéticos.
Recuperação do Chocolate
O chocolate fica espesso e com grumos quando é derretido em temperatura acima da ideal. A recuperação até é possível mas seu sabor e textura sofrerão uma certa alteração. Por isso, é melhor associá-lo a recheios. Evite empregá-lo puro. Para recuperar esse tipo de chocolate, com ele ainda quente, adicione, aos poucos, óleo de milho, vá misturando até obter uma textura parecida com a do chocolate normal.
*Material enviado pelo Chef Yoel Ber, de Israel, para o Gastronomia Brasil