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Delícias de Norte a Sul

Comida brasileira ganha as mesas do mundo; veja os pratos mais famosos

Redação Bonde
05 nov 2015 às 12:17

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A gastronomia do Brasil pode ser resumida como um caldeirão de misturas. Nossa culinária recebeu influências europeias, indígenas e africanas, e ainda ganhou toques muito pessoais para atender às necessidades de povos de diferentes regiões, como os tropeiros por exemplo. O resultado de toda essa mistura é uma variedade de aromas e sabores apreciados no mundo todo.

Até algumas décadas atrás a cozinha brasileira era conhecida apenas como exótica, mas a presença e projeção de chefs tupiniquins em diversos países deram notoriedade mundial à nossa gastronomia. Assim, comidas simples do dia a dia foram reinventadas e passaram a fazer parte de menus de grandes restaurantes nos quatro cantos do mundo.

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Veja a seguir dez deliciosos pratos que surgiram da maravilhosa fusão de culturas e sabores ocorrida no Brasil, e que hoje ganharam o mundo.

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Churrasco

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Não existe referência exata sobre a origem do churrasco, mas presume-se que, a partir do domínio do fogo na pré-história, o homem passou a assar a carne de caça quando percebeu que o processo a deixava mais macia. Com o tempo, as técnicas foram sendo aperfeiçoadas, principalmente entre os caçadores e criadores de gado.


Na América do Sul, a primeira grande área de criação de gado foi o pampa, uma extensa região de pastagem natural que compreende parte do território do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, além da Argentina e Uruguai. Foi ali que os vaqueiros, conhecidos como gaúchos, tornaram o prato famoso e típico.

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A carne assada era a refeição mais fácil de se preparar quando se passava dias fora de casa, bastando uma estaca de madeira, uma faca afiada, um bom fogo e sal grosso, ingrediente abundante que é utilizado como complemento alimentar do gado. A partir dali o costume cruzou as regiões e se tornou um prato nacional, multiplicando-se as formas de preparo.


Dez dicas para não errar e preparar um bom churrasco

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Virado à paulista


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O surgimento do famoso virado à paulista está intimamente ligado à história do Estado. Segundo historiadores, esta era a comida levada nas viagens dos bandeirantes e viajantes interior adentro, no século 17. No farnel, acomodavam lado a lado, feijões e farinha que levavam no lombo do cavalo. O balanço do galope acabava por misturar todos os ingredientes. Foi daí que surgiu o nome "virado". Mais tarde o prato paulista deu origem ao não menos saboroso tutu à mineira.

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Aprenda diferenciar Tutu à Mineira de Virado Paulista


Moqueca capixaba

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"Moqueca, só capixaba. O resto é peixada". A frase dita pelo jornalista José Carlos Monjardim expressa a rivalidade entre os capixabas e baianos pela verdadeira moqueca. De origem indígena, este famoso prato é o orgulho do Espírito Santo e leva peixe, tomate, cebola e coentro em sua receita. A palavra "moqueca" vem da expressão indígena "moquém" que significa grelhas de vara para assar peixe. Apesar do nome, hoje esse alimento é preparado refogado e não mais assado.


Culinária capixaba: delícias que vão da moqueca à polenta

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Acarajé


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Uma das iguarias mais famosas do Brasil é o acarajé, comida típica da Bahia. Muitos de seus ingredientes, como o azeite de dendê, foram introduzidos no País pelos africanos. Segundo a lenda, Iansã e Xangô (divindades da umbanda) expeliram labaredas de fogo pela boca após comer o bolinho de feijão-fradinho. Daí vem o nome "akará" (bola de fogo) e "jé" (comer). O acarajé pode ser recheado com vatapá, camarão, pimenta e caruru.


Faça acarajé e vatapá, as delícias da culinária baiana!


Frango com quiabo


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O quiabo chegou ao Brasil com os escravos africanos e foi incorporado em vários pratos. Rico em vitamina A, ele é ingrediente de um dos principais pratos da cozinha mineira, o frango com quiabo. Com a valorização da cozinha brasileira, este prato deixou de ser uma refeição simples e passou a integrar o cardápio de renomados restaurantes.


Aprenda a preparar o tradicional frango com quiabo


Arroz carreteiro


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Prato tradicional da culinária gaúcha, o arroz carreteiro ou arroz de carreteiro remonta ao início do século 18, quando os tropeiros começaram a movimentar a economia do Rio Grande do Sul, transportando inicialmente o gado e depois os comerciantes de couro. As longas andanças e as dificuldades para vencer as distâncias fizeram com que os acompanhassem o carreteiro que levava em sua carreta os mantimentos. O charque e o arroz eram produtos indispensáveis, pois não estragavam com facilidade. O cozimento do charque, depois de dessalgado (muitas vezes o dessalgue era feito na beira de um rio) com o arroz, era um prato consistente e forte que os tropeiros apreciavam muito para recuperar as energias.


Arroz carreteiro com carne-seca desfiada e bacon


Feijoada


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Possivelmente, a comida brasileira mais famosa no mundo, a feijoada teve origem, apesar do que se acredita, na Europa. Difundiu-se a ideia de que a feijoada seria herança dos africanos, mas este prato teve origem no cozido português. A base alimentar dos escravos era farinha de mandioca e milho, e as partes do porco eram consideradas iguarias às quais somente os mais abastados tinham acesso. Os lusitanos já tinham o hábito de misturar vários tipos de feijão com carne. O prato foi sendo adaptado e incrementado com partes de porco ao longo do tempo até chegar na feijoada que conhecemos hoje.


Frio combina com feijoada: veja dicas e prepare a sua


Barreado


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O barreado é o prato mais tradicional do Paraná. Essa é uma das poucas iguarias que não sofreu modificações com o tempo apesar dos poucos ingredientes. O prato consiste basicamente de um cozido de carne preparado em fogo baixo, por horas a fio, em uma panela de barro selada. Banana, farinha e arroz são os acompanhamentos ideais para o barreado.


A iguaria é conhecida em Morretes, cidadezinha maravilhosa que fica ao pé da Serra do Mar, há mais de 200 anos. A história mostra que a receita surgiu junto com o entrudo – festa popular semelhante ao carnaval. Durante o evento, o barreado era preparado aos montes para que ninguém precisasse cozinhar durante os dias de festa. Assim, todos passavam o dia dançando e, quando sentiam fome, requentavam o barreado, que pode ser requentado várias vezes sem perder o sabor. Para evitar que a carne secasse demais com a evaporação, as pessoas decidiram passar a cobrir as panelas com uma folha de bananeira, amarrando-a. E ainda, depois de tampada, passaram a "barrear" a panela com um pirão feito com farinha, cinza do fogão a lenha e água. Assim surgiu o termo "barreado".


Barreado: uma 'viagem' gastronômica pelo Paraná


Escondidinho


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O escondidinho é um prato que nasceu no Nordeste, mas que é bastante apreciado em todo o Brasil. E não é para menos. Feito originalmente com carne-seca desfiada e mandioca, essa iguaria ganhou muitas versões - inclusive doces - e ficou perfeita em todas elas. Seja com frango, carne moída, bacalhau ou legumes, cobertos com batata ou mandioca, o escondidinho é garantia de sabor à mesa e de muitos elogios.


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Arroz-doce


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Introduzido no Brasil pelos portugueses, o arroz, que antes só era servido como acompanhamento de pratos salgados, ganhou destaque na mesa de doces dos brasileiros a partir do século 18. Transformado em mingau, bolo ou pudim, o arroz ficou mais popular entre amantes das sobremesas com o arroz-doce, tanto que essa iguaria é considerada legitimamente brasileira.

Dez maneiras diferentes de fazer o tradicional arroz-doce


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