Nos últimos anos, aumentou a oferta dos azeites importados nas prateleiras das lojas especializadas e também dos supermercados. Usado praticamente em todos os tipos de prato, o produto é indispensável entre os adeptos da boa gastronomia como o gourmet Ricardo Coelho, que acompanhou a reportagem da FOLHA em visita uma loja de produtos importados em Londrina. O objetivo? Falar sobre como escolher azeite.
A primeira dica dele é ficar sempre com os produtos oriundos de países banhados pelo Mediterrâneo, como Espanha, Itália, Portugal, Grécia. ‘É uma região com clima e solo propício para a produção das oliveiras e há disputa para saber quem faz o melhor’, diz Coelho, que tem pelo menos um vidro de cada na sua cozinha e gasta cerca de R$ 100 por mês em azeite. Entre esses, o mais tradicional é o da Espanha, país que mais produz azeite no mundo, em especial a região da Andaluzia.
O azeite é obtido da prensagem de azeitonas. Passa pelos processos de lavagem, moagem, prensagem e centrifugação. Na classificação européia são definidos como extravirgem, virgem e azeite de oliva. A principal variação é quanto à acidez. O extravirgem é considerado o melhor e é o que tem maior apelo gastronômico. Tem acidez inferior a 0,8%. ‘Só que nunca deve ir ao fogo. O extravirgem não aguenta tanta temperatura, foi prensado à frio. No mais, acompanha qualquer tipo de prato’, observa o gourmet.
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Ao se deparar com as prateleiras, os desavisados podem confundir azeite com vinho, devido às garrafas diferenciadas. Na hora da compra, Coelho recomenda o azeite em garrafa de vidro e, de preferência, de cor escura, que limita a entrada de luz e não expõe o produto a tanta variação de temperatura.
Quem não for utilizar com freqüência, deve optar por garrafas menores, já que o azeite pode estragar se demorar para ser consumido depois de aberto. ‘Ele vai perdendo a qualidade, tem que sentir o cheiro para ver se não está ranço’, diz e completa: ‘Azeite de galeteiro é fria. Ele deve ficar na garrafa onde foi comprado e sempre bem tampado’.
Segundo Coelho - que cozinha por hobby há 20 anos, sempre faz cursos e viaja para conhecer mais sobre gastronomia -, a globalização facilitou a entrada de bons produtos na mesa dos brasileiros. Isso permitiu a elaboração de pratos mais sofisticados, que sempre pedem um bom azeite. Só na loja visitada pela reportagem, há cerca de 30 marcas disponíveis, oriundas da Espanha, Portugal, Itália, Grécia e Argentina. Os preços vão de R$ 10 a R$ 120. Existem algumas opções aromatizadas com pimenta, alho e trufa. Este trufado, italiano, é o mais caro deles.
Entre tantas opções, a dentista Giovana Merci Pizza aproveita a presença do gourmet na loja para pedir ajuda. ‘A gente gosta de consumir, mas quando vai comprar apanha, pois não sabe o que levar’, observa ela, que acabou comprando um extravirgem português, com 0,4% de acidez.
Segundo Rodrigo Sanches, que trabalha na loja há 16 anos, os homens são os que mais compram os azeites mais caros. Ele informa que nestes casos, eles já chegam pedindo determinada marca. Conforme Sanches, o estabelecimento vende cerca de 500 garrafas e latas de azeite por mês. Os produtos são comprados em São Paulo.
Saiba mais
O consumo do azeite é milenar. Utilizado inicialmente na região do Mediterrâneo, foi aos poucos ganhando o mundo. Segundo a Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira, o Brasil está entre os dez países do mundo que mais consomem o produto. A Espanha é o maior produtor.
Saúde
A composição do azeite é rica em ácidos graxos monoinsaturados e baixa em saturados, o que favorece o controle do colesterol. O consumo do azeite ainda favorece a excreção de toxinas, ajuda na saúde celular e na prevenção do câncer
Acidez
Quanto mais baixa, melhor. Os extravirgens, considerados os melhores, têm acidez abaixo de 0,8%. O índice pode ser encontrado no rótulo
Cor
A coloração não influencia o sabor ou a qualidade. A diferença de cor se deve à quantidade de sol à qual as azitonas foram expostas
Produção
A produção dos melhores azeites se concentra na costa do Mediterrâneo. Cada país fabrica um azeite com características próprias, com aroma e sabores distintos