Fazer a própria conserva pode parecer tarefa muito trabalhosa. Mas não é. Exige, de fato, cuidado extremo com a higiene, olhos atentos e paciência para esperar o momento certo de abrir o pote, o que significa, neste caso, agregar sabor - algumas evoluem com o tempo. Após as primeiras tentativas, o processo se torna simples e fica fácil pegar gosto pela coisa. Quando você se der conta, a prateleira estará lotada de potes coloridos, cheios dos mais variados alimentos, embebidos em líquidos que vão da cachaça ao azeite, passando pelo vinagre, com ajuda de açúcar, sal...
Foi isso que aconteceu com a escritora americana Eugenia Bone, fanática pela especialidade. "Cada conserva me traz de volta a memória do instante em que a preparei", diz ela, que começou com tomates e hoje põe tudo no pote.
Não importa se a receita envolve pepinos, anchovas ou limões, o primeiro passo é a esterilização. O pote, sua tampa e todos os utensílios usados no processo devem ser fervidos em panela e depois levados ao forno. "Você só precisa colocar o vidro na panela devagar, para não estourar. Deixo alguns minutos na panela e no forno", ensina Neide Rigo, nutricionista e autora do blog. Come-se (www.come-se.blogspot.com).
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Rosa Zucchi, especialista no assunto, prefere levá-las só ao forno: "O pote deve ficar com a abertura para baixo durante cerca de meia hora." A etapa seguinte é preparar um molho e, se a receita pedir, cozinhar os ingredientes. Depois é só acomodar tudo no pote e fechá-lo bem.
Ela transformou as berinjelas da mãe num hit da feira da Benedito Calixto. Aos sábados, no mesmo local onde as moças moderninhas circulam em busca de vestidos, blusas e outros apetrechos, no número 85 da praça Rosa recheia uma barraca com berinjelas, cogumelos, alcachofras e cebolinhas. E passa o dia oferecendo: "Quer experimentar, minha linda?"
A tradição de preservar alimentos nasceu de um esforço para garantir o abastecimento da despensa o ano todo. Até que a primeira carne fosse coberta com sal para que não estragasse, muitas peças se perderam. O mesmo aconteceu com legumes, hoje conservados em vinagre como o trivial picles ou o limão siciliano que Neide Rigo costuma preparar. É fácil também transformar as frutas em deliciosas conservas e fazer até pêssego em calda próprio com uma receita profissional.
Apesar de existirem muitos métodos para guardar alimentos, surgidos em diferentes partes do planeta, credita-se ao confeiteiro francês Nicolas Appert a técnica do uso de potes. Ele teria vencido um concurso proposto por Napoleão Bonaparte, em 1806, que buscava uma maneira de garantir a alimentação de suas tropas. Appert fez sopas, geléias e compotas, de frutas e legumes.
"Na Europa era importante armazenar a comida para o inverno. Aqui no Brasil a gente tem fartura o ano todo e os meios mais comuns de conservar sempre foram a desidratação e a fermentação", lembra Neide Rigo. "Os índios já fermentavam a mandioca para obter a puba, massa que servia para o preparo de pães e biscoitos."
Há conservas para todos os gostos. Escolha os ingredientes e vire um ativista das conservas na cozinha.
Batatas em conserva com alecrim
Ingredientes:
- 1 kg de batata bolinha
- 1 cebola grande picada
- 3 colheres (sopa) de alecrim picado
- 1/4 de xícara (chá) de vinagre
- 1/2 xícara (chá) de água
- 1 xícara (chá) de azeite
Sal e pimenta dedo-de-moça picada a gosto
Modo de Preparo:
1 - Lave bem as batatas e cozinhe na água com sal até ficarem macias e firmes. Escorra e deixe esfriar;
2 - Misture a cebola, o alecrim, o vinagre, a água, o azeite, o sal e a pimenta. Junte a batata, tampe o recipiente e deixe curtir no mínimo 3 horas antes de servir.
Dica: Quanto mais tempo curtida no molho, mais saborosa fica.
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