Os dois são feitos com feijão e farinha, mas na essência têm muita diferença. Fora de São Paulo e Minas Gerais muita gente come, mas não sabe diferenciar o famoso Virado Paulista do Tutu à Mineira.
Segundo historiadores, foi o Virado que originou o Tutu. O surgimento do prato paulista está intimamente ligado à história do estado. Esta era a comida levada nas viagens dos bandeirantes e viajantes interior adentro, no século 17. No farnel, acomodavam lado a lado, feijões e farinha que levavam no lombo do cavalo. O balanço do galope acabava por misturar todos os ingredientes. Foi daí que surgiu o nome "virado".
Essa mistura de feijão com farinha, já conhecida da população indígena, era acompanhada de carne de porco em banha trazida na bagagem. "Porcos selvagens eram abundantes na São Paulo colonial", conta o professor e historiador Ricardo Maranhão, coordenador do Centro de Pesquisas em Gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi (SP).
A banana era encontrada no caminho pelos bandeirantes. Quando perto das vilas, acrescentavam ao prato ovo e couve, itens típicos de refeições portuguesas.
Virado X Tutu
Mais tarde, o Virado originou o Tutu à Mineira. A principal diferença entra os dois é a textura. O Tutu é mais pastoso e sua receita clássica pede feijão totalmente batido, farinha de mandioca e costelinha de porco.
Já no Virado à Paulista uma parte do feijão é batida e a outra mantida em grãos. Além disso, o prato paulista pode levar farinha de milho e também farinha de mandioca.
Os chefs recomendam que tanto o Virado quanto o Tutu sejam feitos e servidos na hora, para não comprometer a textura do prato. O ponto do Virado não deve ser muito mole nem muito duro. O tipo do feijão usado também influencia a receita. Ele sugere aqueles com casca fina e muita polpa, como o rosinha, jalo, bolinha, mulatinho e roxinho. (Fonte: Uol)