A eleição no Santos ocorrerá neste sábado (9), na Vila Belmiro e o novo presidente do clube terá desafios pela frente. Entre eles, a inédita queda contra o rebaixamento, dívidas deixada por gestões passadas e reformulações no futebol. Os candidatos são Ricardo Agostinho, Wladimir Mattos, Rodrigo Marino, Maurício Maruca, e Marcelo Teixeira.
O novo mandatário precisará reformular o futebol ao patamar da série B. Hoje, o Santos tem jogadores com salários acima do que poderá pagar em 2024 e precisará enxugar o seu elenco, que conta com 35 jogadores.
Lucas Lima, Jean Lucas, Soteldo e Morelos são alguns exemplos de salários difíceis de pagar na realidade da próxima temporada. A nova direção pode ter que negociá-los.
Leia mais:
Pacaembu volta a receber futebol neste sábado (21), após mais de três anos
São Paulo reencarna espírito de copa com receita já testada por Zubeldía
Com Memphis perto de estreia, Corinthians lota setor que era preocupação
Triatleta da Atril Londrina promove Oficina de ''Lançamento de Dardinho'' na próxima terça
O futuro presidente também terá que lidar com a inédita queda para a B e planejar como conter a onda de violência do seu torcedor.
Na quarta, dia da derrota para o Fortaleza, oito veículos foram incendiados nos arredores após conflito entre organizadas e polícia. Dentro do estádio, cadeiras, chinelos, bombas e outros objetos foram arremessados no gramado.
Já na última quinta-feira, um grupo de 20 torcedores organizados invadiram a Vila Belmiro atrás do presidente Andres Rueda. O dirigente está em casa e não tem dado expediente.
Para as eleições, o Santos organiza uma segurança a nível de "clássico" para respaldar os candidatos. Os associados passarão por revista, haverá uma delegacia móvel à disposição e polícia militar, civil e aporte de todo o time de seguranças do clube.
DÍVIDAS
O Conselho fiscal demonstrou preocupação para o primeiro trimestre de 2024 mesmo diante do superávit de R$ 48.532.246,00 no terceiro trimestre de 2023, que encerrou em 30 de setembro.
O órgão esclareceu que as contas fecharam no azul às custas das vendas de Ângelo e Deivid Washington (ambos ao Chelsea) e do contrato de propaganda estática no estádio feito com a Brax, empresa de marketing esportivo.
Durante o ano, o Santos precisou recorrer ao empréstimo bancário para conseguir manter seu fluxo de caixa. A diretoria usou as cotas de televisão para pagar os débitos e prevê a última parcela paga neste mês.
Em meio ao cenário da luta contra o rebaixamento, o Santos também solicitou ao Conselho Deliberativo a antecipação de R$ 30 milhões referentes as cotas do Campeonato Paulista de 2024, que foi aprovado por ampla maioria.
O presidente Andres Rueda renegociou dívidas antigas e resta quitar a do Krasnodar pela compra de Cueva. Na época, o Peixe desembolsou R$ 41 milhões pelo jogador e ainda faltam R$ 22 milhões a serem pagos.
Em contrapartida, Rueda atrasou os salários de funcionários e jogadores na última sexta-feira, sexto dia útil do mês, sem qualquer justificativa. O único alento é que muitas dívidas foram pagas e renegociadas.
Contabilmente, o clube está em conformidade. O departamento financeiro possui um fluxo de caixa real e bem fiscalizado. No entanto, nosso fluxo de caixa é extremamente preocupante para o primeiro trimestre de 2024.