Mesmo com tempo e colocação piores em relação ao ano passado, Giovani dos Santos comemorou efusivamente sua conquista de um lugar no pódio, na quinta posição, na 90ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre, realizada nesta quarta-feira em São Paulo.
O motivo para tanta emoção, segundo ele, foi a morte de seu sobrinho, Wallyson, na sexta-feira passada. "Ele tinha apenas 16 anos. Morreu afogado num rio, quando tentou salvar um amigo dele. Conseguiu tirá-lo da correnteza mas morreu. Vim correr porque precisamos continuar tocando o barco". O afogamento foi em Careaçu, em Minas Gerais, a 35 quilômetros da cidade de Natércia. "Antes desse acidente, eu havia prometido a ele que ia fazer o meu máximo na São Silvestre, e fiz".
Giovani promete continuar tentando alcançar seu objetivo, a primeira colocação na São Silvestre. "Consegui um pódio, foi excelente. Tentei encostar neles e encostei, ainda tinha forças. A força que tive poderia ser a força para me desgarrar deles, se estivesse mais bem colocado. Estou chegando perto. Quem sabe no ano que vem? Sei que não desisto nunca".
O corredor mineiro agradeceu o apoio que recebeu dos torcedores nesta quarta-feira. "A gente arranca força de onde não tem. Corro pela torcida que tenho porque sei que o brasileiro tem esperança na minha vitória. Não desisto fácil".
Giovani acredita que sua estratégia foi acertada. "Meti a cara na frente, como planejava. Gosto de desafio, desafio a mim mesmo, e vi que tinha condições. A dificuldade maior que sinto é não ter companheiros no meu ritmo para podermos fazer jogo de equipe. Os africanos fazem e têm a mania de ficar quebrando o ritmo. Mas sou um cara teimoso. É a quarta vez que subo no pódio. Um dia eu chego".