O Comitê Olímpico Internacional (COI) subiu o tom e se mostrou preocupado com o atraso de duas das principais obras para os Jogos do Rio: o Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, e o Complexo de Deodoro, que receberão as disputas de 18 modalidades em 2016. Nesta quarta-feira, no encerramento dos três dias de visita à cidade, a Comissão de Coordenação do COI para 2016 também alertou para a necessidade de cumprir a expectativa de criação de leitos na rede hoteleira.
"Está ficando aparente que os prazos de entrega já estão bastante apertados e o montante de trabalho a ser completado é considerável", disse a presidente da Comissão, a marroquina Nawal El Moutawakel.
O Parque Olímpico é considerado pelo Comitê Organizador Rio 2016 o "coração" dos Jogos. O início das obras esbarrava em impasse com a Confederação Brasileira de Automobilismo, já que ele será erguido no local onde hoje funciona o autódromo do Rio. A partir do segundo semestre, terá início a demolição de parte das arquibancadas, sem inviabilizar a disputa de corridas.
Apesar da preocupação, os representantes do COI reforçaram que não se tratou de um "puxão de orelha". "A Comissão confia que há tempo suficiente para entregar o que é necessário", disse Nawal.
Mas, sobre hotelaria, a primeira africana a conquistar uma medalha de ouro olímpica - em 1984, nos 400m com barreiras - afirmou que "enquanto há um forte interesse em projetos de novos hotéis no Rio, um grande número deles ainda precisa ser construído a fim de preencher a lacuna no momento da oferta".
O relógio estará correndo a partir do fim dos Jogos de Londres, em 12 de agosto. "Patrocinadores, comitês olímpicos nacionais, federações internacionais, mídia, atletas, a lista é longa. O Comitê Rio 2016 e os três níveis de governo têm de estar prontos para cumprir todas as exigências", disse.