Depois de passar pelo crivo dos atletas do remo, a Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, está sendo testada neste fim de semana pelos atletas da canoagem velocidade. E a conclusão é de que ainda há muito a melhorar. A presença de plantas e algas na água foi uma das principais reclamações dos competidores, que também mencionaram o vento. A poluição ficou em segundo plano.
No intervalo das provas, integrantes da organização circulam em barcos entre as raias para remover algas e outros obstáculos trazidos pelo vento. Como o inverno carioca tem sido de temperaturas elevadas, as condições são propícias para a proliferação dessas algas.
"Estão tirando de forma manual as algas, o que complica, porque são muitas", reclamou o medalhista de ouro Fernando Pimenta, de Portugal. "O nível da canoagem está muito alto, milésimos de segundos fazem a diferença. Se tiver algo para travar o caiaque, vai prejudicar muito."
O atleta disse que não foi afetado porque já tinha uma vantagem considerável em relação ao segundo colocado em sua disputa, mas lembrou que o evento-teste serve justamente para apontar coisas que ainda precisam ser melhoradas. "Esperamos que as coisas estejam mais bem organizadas (em 2016), que consigam limpar o máximo da água", afirmou Pimenta.
Na manhã deste sábado, o tempo está nublado no Rio, e em alguns momentos a chuva ficou mais forte. Mas a competição não foi interrompida. O atleta alemão René Holten Poulsen, porém, reclamou do vento, que cria ondas na água. "Está ventando um pouco, isso é ruim", disse. Ele também reclamou das algas, que travam o movimento dos atletas, mas relativizou sobre as condições da água. "Acho que a água está ótima", contou ele, que ganhou uma medalha de prata na competição de 1.000m no caiaque individual masculino.
A qualidade da água da Lagoa tem sido algo de críticas e preocupação de atletas, principalmente estrangeiros. Recentemente, um estudo encomendado pela agência Associated Press encontrou níveis perigosamente altos de vírus e bactérias de esgoto humano em locais de competições olímpicas e paralímpicas. Esses resultados alarmaram especialistas internacionais e preocuparam os competidores que treinam no Rio. Um especialista americano analisou os dados e afirmou que a chance de infecção era de 99% com a ingestão de apenas três colheres de chá da água.