Ninguém admite que um clube tenha feito "corpo mole" na reta final do Campeonato Brasileiro para prejudicar um rival, mas o zagueiro William, do Corinthians, classificou a situação como "terrível para o futebol". Para ele, que lembrou o fim do apartheid na África do Sul como exemplo, é preciso uma mudança de filosofia dos clubes, jogadores, dirigentes e torcedores.
"No futebol alguém tem que dar o primeiro passo. No dia que um time auxiliar o rival, as coisas podem começar a mudar. A situação do atleta é complicada. Ele entra muito pressionado para não fazer o que é correto. Ele pode até se ver obrigado a fazer isso até por causa da violência", afirmou, em entrevista à TV Globo.
William, que encerrará a sua carreira profissional no domingo, quando disputará a sua última partida pelo Corinthians, revelou o que fará após deixar o futebol. "Estou abrindo uma consultoria financeira. Quero auxiliar pessoas físicas, não só jogadores, mas também amigos médicos, artistas. No Brasil falta essa educação", disse.
O zagueiro voltou explicar a decisão de abandonar o futebol. "Quero passar um tempo com a família, já são dez anos longe da família, que está em Belo Horizonte. O futebol dá muitas alegrias, mas você também perde o contato. Os pais envelhecem e os filhos crescem", comentou.