Focado
Osni Fernando Luiz, torcedor que comprou a cabeça de porco arremessada no gramado da Neo Química Arena, se entregou às autoridades nesta quarta-feira (6), alegando que não quer prejudicar o Corinthians.
Em entrevista, após prestar depoimento na Drade, o torcedor disse que o clube "não vai perder mando" por ele ter se entregado à Polícia Civil.
Ao colaborar com as autoridades e identificar os responsáveis pela infração, o clube pode ter a sua responsabilidade eximida no caso.
Osni não foi indiciado, mas um pedido de afastamento dos estádios de futebol foi feito pelas autoridades. Quem determina essa proibição são as entidades reguladoras do futebol. O documento deve ser entregue para FPF e CBF ainda nesta semana.
"A minha vida é o Corinthians, filho. Se achar que eu vou abandonar... Eu posso ser proibido de entrar no estádio. Só que eu vou falar, a TV 'tá' lá ligada, apoiando o Corinthians", disse Osni.
CORINTHIANS AINDA PODE SER PUNIDO
Mesmo com a colaboração no caso da peça suína, o Corinthians ainda pode ser punido. Isso porque, em súmula, o árbitro Wilton Pereira Sampaio detalha que outros objetos foram jogados no campo.
"Informo que aos 28 minutos do 1° tempo de jogo, quando a partida se encontrava paralisada, para a cobrança de um tiro de canto a favor da equipe do Palmeiras, foi arremessado uma cabeça de animal (porco) em direção ao campo de jogo, caindo sobre a linha de meta. Em ato contínuo também foram arremessados um copo de plástico contendo líquido e um isqueiro", relatou o juiz.
O clube pode receber multa, de até R$ 100 mil, e perder de uma a dez partidas de mando de campo. As punições são previstas no Art. 213. do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva).
ENTENDA O CASO
A cabeça de porco foi arremessada no gramado da Neo Química Arena durante a vitória do Corinthians sobre o Palmeiras na última segunda-feira (4), pelo Brasileirão. O ato aconteceu durante o primeiro tempo da partida.
O vídeo de Osni com a cabeça de porco antes da partida viralizou nas redes sociais logo após ela ser jogada no gramado. No registro, ele aparece no Mercadão da Lapa com a parte do animal nas mãos.
Duas pessoas foram identificadas pela polícia e conduzidas ao Jecrim (Juizado Especial Criminal) do estádio. Ambas negaram envolvimento no caso. Um boletim de ocorrência foi lavrado pela 6ª Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), segundo apuração do UOL.
Os dois suspeitos de atirar o item no gramado foram liberados, após não aceitarem pagar um acordo de transação penal com o MP. Os autores do fato se recusaram a pagar R$ 4 mil cada um pelo acordo. A transação penal é um acordo entre o autor de um delito e o Ministério Público para evitar a instauração de um inquérito.
Osni foi flagrado jogando sacola com a cabeça por cima das grades do setor sul do estádio antes do clássico. As informações foram passadas por pessoas que trabalhavam na montagem da festa para recepção da equipe alvinegra, segundo fontes da Polícia.
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