Hegemônica. Assim pode ser definida a equipe de futebol feminino do Corinthians, que se sagrou campeã no último fim de semana ao vencer o rival Palmeiras por 3 a 1, resultado que garantiu seu terceiro título nacional (2018, 2020 e 2021).
Desde que retomou o departamento feminino, em 2016, o clube do Parque São Jorge consolida ano após ano o seu domínio na modalidade.
Além das três taças do Brasileiro, foi duas vezes vice da competição (2017 e 2019), bicampeão paulista (2019 e 2020) e também bi da Copa Libertadores (2017 e 2019), além de somar uma conquista da Copa do Brasil (2016).
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O sucesso pode ser creditado à manutenção da parceria entre a diretora do futebol feminino alvinegro, Cris Gambaré, e o treinador corintiano, Arthur Elias, responsáveis por guiar o time nesses últimos cinco anos.
Sob o comando do técnico de 40 anos, em 151 jogos à frente da equipe o Corinthians venceu 125, empatou 17 vezes e perdeu apenas nove - um aproveitamento de 86% dos pontos disputados.
"A gente não trabalha para ser exemplo, mas para fazer nosso melhor, crescer, representar bem, mas sem dúvida tivemos estrutura e consolidação para desenvolver o trabalho. São pessoas com comprometimento para manter esse nível de atuação", disse Elias após o título brasileiro.
"O Palmeiras investiu muito, a modalidade cresceu. Ficamos felizes com isso, mas sabemos que tem mais potencial no mercado, nível de jogo, tudo isso vai crescer ainda", completou o treinador.
A menção do técnico corintiano aos investimentos do rival Palmeiras indica a mobilização do clube alviverde e de outras agremiações no desenvolvimento de seus departamentos femininos.
Com a obrigatoriedade de manter um time de futebol profissional de mulheres para poder participar das competições masculinas da Conmebol -regra imposta pela entidade desde 2019- os chamados "clubes de camisa" têm mostrado trabalhos interessantes na tentativa de superar o sempre favorito Corinthians.
Além do Palmeiras, que contratou 14 jogadoras para esta temporada e investiu na observação para a captação de atletas tanto para a base quanto para o profissional, o São Paulo é outro clube que, nos últimos anos, alcançou bons resultados.
Em 2017, logo em seu primeiro ano após a retomada do projeto de futebol feminino, o time do Morumbi conquistou o título da Série A2 do Campeonato Brasileiro e foi vice-campeão da Copa Paulista e do Estadual. Duda, meia-atacante e um dos destaques da equipe são-paulina, foi titular da seleção brasileira nas Olimpíadas de Tóquio.
Contudo, o principal concorrente do Corinthians ao topo do futebol brasileiro não vem de seus tradicionais rivais do masculino, mas sim do interior de São Paulo.
Atual campeã da Copa Libertadores, a Ferroviária constituiu seu departamento feminino ainda em 2001, com participação da Prefeitura de Araraquara. Atualmente, é um dos trabalhos mais sólidos do país, com investimento na base e na capacitação de profissionais mulheres.
Em 2019, a equipe grená se sagrou campeã brasileira sobre o Corinthians, o segundo título nacional de sua história (o primeiro foi em 2014), sob o comando de Tatiele Silveira. Em março deste ano, com Lindsay Camila no comando técnico, conquistou o bicampeonato da Libertadores ao bater o América de Cali (COL), na Argentina (sua primeira taça continental veio em 2015).
"A Ferroviária fez uma base lá atrás e tem ajudado muito no crescimento da modalidade no Brasil, o que garante resultado e títulos em campo também", disse a então coordenadora Carolina Melo, ao jornal Folha de S.Paulo, logo após o título da Libertadores em Buenos Aires.
O bom papel dentro de campo tem valorizado aqueles que trabalham fora dele. Lorena Marche, coordenadora do futebol feminino da Ferroviária no título do Brasileiro conquistado há dois anos, hoje gerencia a modalidade na Federação Paulista de Futebol.
Marche, que chegou à FPF no fim de 2019, assumiu a chefia do departamento após a saída de Aline Pellegrino, contratada pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) como coordenadora de competições femininas da entidade.