Acostumado a andar na corda bamba que tem o colocado às portas da zona de rebaixamento, o São Paulo pode experimentar contra o Náutico o gosto agridoce de se ver mais distante do bloco do descenso. Se confirmar as expectativas e bater o lanterna do Campeonato Brasileiro no estádio do Morumbi, nesta quarta-feira, às 21 horas, o time tricolor pode se aproveitar de confrontos diretos entre os ameaçados e terminar a 29.ª rodada até cinco pontos distante da degola, dependendo dos resultados.
Antes de pensar nos demais adversários, o time precisa fazer a sua parte dentro de campo e conquistar os três pontos. A missão, em tese, não é das mais difíceis: o Náutico tem o pior ataque (19 gols marcados) e a pior defesa (55 sofridos) e vem de três derrotas seguidas. Mas os pernambucanos já provocaram algumas surpresas como visitante e empataram com Santos e Corinthians, resultado que o elenco não quer relembrar tamanha é a necessidade de vitória; um tropeço pode recolocar a equipe na crise.
Tanta obrigação de vencer e favoritismo podem gerar na torcida o sentimento de que entrar em campo é apenas uma formalidade, mas o elenco mostra respeito ao adversário e tenta se precaver caso o gol demore a aparecer. "Temos que manter a tranquilidade do início ao fim da partida; é obrigação nossa ganhar de qualquer time que venha ao Morumbi. Precisamos ficar atentos e não deixar bater o nervosismo, temos que ficar tranquilos até o último minuto", afirmou Reinaldo.
A exemplo do que tem acontecido nas últimas rodadas, o técnico Muricy Ramalho terá que lidar com uma série de desfalques para a partida. Paulo Miranda e Douglas, que compõem o lado direito, cumprem suspensão e o treinador precisará se virar para arrumar substitutos. Como não quer se desfazer do esquema 3-5-2 que se altera para o 4-2-3-1 de acordo com a necessidade da partida, o mais provável é que Rafael Toloi, recuperado de lesão na coxa direita, e Wellington, que volta de suspensão, fiquem com as vagas.
Além da dupla, Paulo Henrique Ganso é outro que retorna e tem a missão de organizar as jogadas ofensivas. Em grande fase, ele é uma das apostas de Muricy Ramalho para romper os momentos de falta de criatividade que a equipe atravessa em alguns momentos dos jogos.
O ataque continua sendo o setor que mais inspira desconfiança. Luis Fabiano mais uma vez é desfalque e a responsabilidade dos gols fica a cargo de Aloísio, em jejum desde o começo de setembro, e Ademilson, que marcou três vezes nos 28 jogos que fez no ano.