Sem mais dois titulares - Arouca e Adriano, suspensos -, o Santos precisa da vitória contra o Náutico neste domingo, às 18h30, no estádio dos Aflitos, no Recife, para não correr o risco de voltar para a zona de rebaixamento. Os desfalques no jogo serão sete: Rafael (recupera-se de contusão no cotovelo), Fucile (vai operar o pé esquerdo), Edu Dracena (passou por cirurgia e só volta em 2013), Arouca, Adriano, Neymar e Ganso (os dois últimos na seleção olímpica).
Como também perdeu titulares importantes com o desmanche do time após a eliminação na Copa Libertadores, Muricy Ramalho está em situação delicada. A maioria dos substitutos não tem a qualidade dos que estão fora ou deixaram o clube. A sua saída é optar por um esquema mais defensivo e torcer para que Miralles ou Bill aproveite uma sobra da defesa pernambucana para fazer o gol.
Enquanto Muricy não esconde a preocupação com o risco de o time se afundar ainda mais nos dois terços restantes do Campeonato Brasileiro, a diretoria parece que ainda não percebeu o tamanho do perigo. Mesmo com a entrada dos R$ 30 milhões que a TV Globo pagou a cada um dos grandes clubes pela prorrogação da transmissão de jogos do Brasileiro até 2017, os cartolas santistas correram apenas para renovar com o treinador e não se esforçaram para contratar os reforços necessários. Acreditam que é só Neymar voltar da seleção olímpica que tudo se resolverá.
Muricy pensa diferente e logo que começou a perder, por contusões, os jogadores contratados no primeiro semestre e ficou sem Neymar, Ganso e Rafael, pediu, entre outros, André, Rafael Moura, os argentinos Martinez (foi para o Corinthians) e Cabral, ambos do Vélez Sarsfield.
Alegando que o clube não pode gastar mais do que arrecada, a direção santista arrumou todo tipo de desculpa para não concluir nenhuma negociação importante. Agora, o treinador tem de se virar com Bill, Miralles (só foi para o clube porque o Grêmio teve interesse em Elano), João Pedro e jogadores da base que não estão em condições para suportar pressão.
Treinador com maior número de conquistas de títulos do Brasileiro depois da implantação do sistema por pontos corridos, Muricy não joga a toalha para não agravar a situação, mas, internamente, já projeta 2013, com muita gente nova. Ele tem consciência de que para ainda voltar a sonhar em ser campeão o Santos vai precisar de uma longa sequência de jogos com vitórias e ainda torcer para que os clubes do topo de tabela comecem a perder e despenquem na classificação. Pouco provável que aconteça.
A diferença de pontos entre o Santos e o líder Atlético-MG é de 19 pontos. Muricy também sabe que no fim da competição a responsabilidade pela quase certa campanha pífia vai cair na sua conta, embora repita desde o ano passado o seu discurso para ser campeão. "É simples. Tem de ter elenco. Sem elenco, não tem a mínima chance. Os clubes que estão na frente têm melhor plantel. Entra e sai jogador e não acontece nada com o time", disse o técnico. Para ele, elenco vencedor é um time completo de jogadores com qualidade e com reservas à altura para cada uma das posições.
Santos e Náutico somam 13 pontos (aproveitamento de 33.3%), apenas com um de vantagem sobre o Bahia, o primeiro dos quatro integrantes da zona de rebaixamento. Mas, há diferenças nas duas campanhas. Os pernambucanos ganharam duas vezes em casa e duas fora, empataram apenas uma vez e acumulam oito derrotas, enquanto o tricampeão paulista ganhou só duas partidas (ambas na Vila Belmiro), empatou sete vezes e perdeu quatro.