Dorival jogou a expectativa lá no alto, projetando final de Copa do Mundo. Mas a realidade da seleção brasileira é muito mais cruel. O jogo contra o Paraguai foi o retrato, talvez mais feio, desde a chegada do técnico ao comando do Brasil.
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São dez jogos de Dorival Júnior no comando da seleção. Ele admitiu: o Brasil fez diante dos paraguaios os piores 45 minutos desde que chegou.
Mesmo quando vence ou empata, o Brasil tem apresentado problemas que o deixam longe de mostrar um nível de futebol que o credencie para ser finalista da Copa. Mal das pernas, a seleção corre risco de não ir ao Mundial pela primeira vez, embora as seis vagas diretas facilitem a missão.
Qual é a formação?
Dorival ainda não firmou posição sobre o desenho tático da seleção. Qual é a melhor combinação? Tira centroavante, coloca centroavante. Tira "falso 9", coloca falso 9. A falta de fluência do ataque é flagrante. Mas o time está se preparando para Neymar voltar, mas sabe-se lá quando.
Por mais que a linha defensiva não sofra tantas mudanças, também está longe de ser a mais segura. A contribuição dos laterais na construção de jogo também, principalmente pelo lado direito, tem deixado a desejar.
Muita gente nova
É um momento de renovação. E há um preço a se pagar. O Brasil não engrena porque constantemente tem um novato para ser integrado. E colocado na fogueira que é esse time sem padrão tático e com problemas coletivos.
Na Data Fifa recém-concluída, vieram Estêvão e Luiz Henrique, por exemplo. E olha que Endrick, que estreou com Fernando Diniz, está longe de consolidação na seleção de Dorival.
'Medalhões' não rendem
A seleção tem poucos jogadores com 30 anos ou mais. Danilo, Marquinhos e Alisson são os remanescentes nessa faixa etária. Mas nem eles e nem a turma mais nova que é remanescente da Copa 2022 estão segurando a barra.
E nesse balaio entram Vini Jr, Paquetá e Bruno Guimarães. Rodrygo é quem às vezes mostra algo diferente em meio às dificuldades. Fez o gol sobre o Equador, mas nem ele se salvou contra o Paraguai.
Projeto não é claro
Onde a seleção quer chegar? Final de Copa, ok. Mas como fazer isso? A parcela da CBF no caos não pode ser desprezada. Desde a Copa 2022, foram três treinadores à frente da seleção e a expectativa frustrada de contar com Carlo Ancelotti, que está muito bem, obrigado, no Real Madrid.
O próprio Danilo, capitão atual da seleção, apontou o problema de planejamento e a perda de tempo do comando da CBF nos últimos dois anos. O preço está sendo pago.
Efeito psicológico
A falta de confiança foi um item citado pelos jogadores, como Marquinhos e Vini Jr., para explicar os tropeços recentes do Brasil. Nem quem está na seleção tem segurança de que as coisas em campo podem, no momento, dar certo.
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