Futebol

Paraná Clube volta a levantar a taça

09 abr 2006 às 19:48

A fila acabou. Os paranistas, depois de nove anos de jejum, finalmente podem gritar novamente ''é campeão!'', ao término da Série Ouro do Campeonato Paranaense. Paraná Clube, com seus apenas 17 anos, conquistou seu sétimo título estadual de maneira incontestável. Após assegurar a vantagem elástica de três gols no jogo de ida, em Maringá, a equipe precisou apenas do empate em 1 a 1 com a Adap, no Estádio Pinheirão, para levar a taça para a Vila Capanema este ano.

Apesar da grande festa da torcida paranista, que lotou o estádio nas cores vermelho, branco e azul, o primeiro tempo foi pouco empolgante, para ambas as equipes. O Tricolor parecia não sentir a vibração das arquibancadas e, além de apático, sofreu com a vontade do adversário, mais disposto na etapa inicial.


A Adap até conseguiu tocar bem a bola, no entanto, sempre tropeçou nas finalizações. O Paraná Clube chegou com uma ou outra triangulação, que quase resultou em gol de Sandro, aos 36 minutos. Porém, o placar insistiu no 0 a 0 até o final do primeiro tempo.


No retorno, o time da casa respondeu aos gritos da torcida com mais intensidade. Procurou as jogadas, mostrou mais disposição e conseguiu o resultado favorável através de uma bola parada, com bela cobrança do meia Marcelinho.


O Paraná Clube iniciou o segundo tempo atacando bastante e quase saiu na frente com Marcelinho, aos 4 minutos, depois de uma bola dividida. A resposta veio na sequência, com bola levantada por Ângelo e cabeceada por Dezinho, aos 8 minutos. Flávio defendeu.


Quando a partida era lá e cá e o Tricolor ligeiramente superior, os visitante abriram o marcado. Warlley recebeu bola alçada no ataque, controlou a pelota com a cabeça e arrematou no solo, no canto esquerdo de Flávio, aos 12 minutos. Com o gol, a pequena torcida da Adap presente no Pinheirão chegou sonhar com o título.


Mas os sonho não demorou a acabar. O meia Sandro aproveitou cochilo da defesa do time de Campo Mourão, avançou em velocidade pela direita e, quando driblou o marcador, o juiz acusou mão na bola do defensor. Marcelinho, crente de que faria o gol, transformou sua fé em realidade, quando empatou para os tricolores, no canto esquerdo de Fábio, aos 19 minutos.


Daí em diante, a Adap jogou mais para ao menos vencer do que conquistar o título. Pois, como todo mundo previa, o título ficaria mesmo na Vila Capanema. Um torcedor, na saída do estádio, olhou para o pôr-do-sol e comentou: ''Olha lá, o céu também é tricolor!''. E ontem, realmente foi.


Marcelinho, o predestinado ao gol do título
A final entre Paraná Clube e Adap teve um fato incomum. Marcelinho, autor do gol, foi confirmado apenas momentos antes da escalação. O surpreendente é que o meia havia falado durante a semana que marcaria o gol do título, pois havia sonhado com isso.


''Pois é, sonhei com isso, falei 'em off' com o pessoal da imprensa que marcaria o gol. Graças a Deus fui abençoado'', confirmou, após o jogo. O titular, Maicossuel, até então estava confirmado, mesmo com lesão. No entanto, assim que a escalação chegou aos repórteres, Marcelinho estava relacionado no grupo principal. Perguntado se acredita em premonição, o jogador respondeu: ''Sei lá, até acredito. Mas acredito mais em trabalho, em dedicação, trabalhamos bastante para chegarmos onde chegamos.''


O goleiro Flávio, bastante emocionado com o título, só não ficou nu porque os torcedores, que levaram suas roupas como ''lembrança'', tiveram o bom senso de deixar pelo menos o calção do jogador, campeão pela primeira vez com a camisa do Paraná Clube. Ele também recebeu o prêmio de melhor arqueiro do Estadual.


O treinador Luiz Carlos Barbieri, que repete com o Paraná Clube o feito realizado no comando do Criciúma em 2005, mais uma vez exaltou o trabalho da equipe e evitou falar sobre sua permanência no Brasileirão, que começa no sábado. ''O momento é de comemorar o título, minha família está aqui mas ainda não há definição'', disse antes de subir ao pódio. (C.Y.)



Adap deixa o campo de cabeça erguida
Os jogadores e a comissão técnica da Adap deixaram o campo de cabeça erguida. Tudo porque a opinião era unânime: o time fez uma bela campanha, assegurou vaga na Série C e na Copa do Brasil e derrubou os então favoritos ao título, Coritiba e Atlético.


''Pecamos no jogo de ida, em Maringá. Infelizmente foi a má atuação na primeira partida que deixou a gente nessa situação. Não tinha muito o que fazer com 3 a 0 para eles'', afirmou ontem, o técnico Gilberto Pereira, após o apito final. Perguntado se fica para comandar o time na Série C, o treinador deixou a entender que isso dificilmente vai acontecer. ''A Série C vai demorar para começar e quero dar continuidade ao trabalho. Vai depender das propostas que surgirem'', adiantou.

Outro que pode deixar o time é o meia Felipe Alves, que estaria sendo contratado pelo Paraná Clube. ''Não, por enquanto não tem nada disso não'', afirmou o jogador, com um sorriso no rosto. Ele fez questão de exaltar o valor do vice-campeonato. ''O time só tem seis anos, derrubamos os favoritos ao título e nosso time mostrou qualidade. Disso ninguém pode duvidar.''


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