Futebol

Operação policial prende 15 torcedores do Coritiba

13 dez 2009 às 08:45

Equipes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) prenderam na manhã deste sábado (12), 15 acusados de envolvimento no quebra-quebra ocorrido domingo (6), no jogo entre Curitiba e Fluminense, no estádio Couto Pereira. Outras duas pessoas já haviam sido presas no decorrer da semana, o que totaliza 17 presos até o momento. A polícia também interditou a sede da torcida organizada "Império Alviverde" e apreendeu durante toda a operação cerca de meio quilo de maconha, uniformes, fichas cadastrais de torcedores, alguns computadores, bandeiras, faixas queimadas e outros materiais que incitam a violência, como DVDs neonazistas e livros de guerra, além de quatro armas (uma espingarda calibre 36, um revolver calibre 32, um revolver calibre 38 e uma espingarda de pressão), que foram encontradas na residência de dois suspeitos durante cumprimento de mandados de busca e apreensão.

De acordo com as investigações do Cope, a ação criminosa foi resultado de um planejamento feito por integrantes da Império Alviverde e também por torcedores não-filiados, os quais tinham a intenção de protestar contra a má fase do time durante a participação no Campeonato Brasileiro. As investigações apontam que os suspeitos articularam o tumulto 10 dias antes do ocorrido.


As prisões foram efetuadas durante operação desencadeada às seis horas da manhã deste sábado (12) com o objetivo de cumprir mandados de prisão de busca e apreensão expedidos pela Justiça após identificação dos suspeitos. As prisões foram realizadas em diversos bairros de Curitiba e Região Metropolitana, e entre os presos estão Reimackler Alan Graboski, 30 anos, vice-presidente da torcida organizada, que tentou fugir no momento da prisão, e Oswaldo Fernando Dietrich, 36 anos, coordenador de eventos do Coritiba Futebol Clube, e um dos responsáveis pela segurança dos eventos no estádio.


"Para quem tinha dúvidas do envolvimento de torcidas organizadas em conflitos como esse, está aí a prova. As torcidas organizadas no futebol são verdadeiras organizações criminosas. Defendemos a exclusão desses grupos para que não ocorram mais conflitos como esse", declarou o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari.


De acordo com a polícia, das mais de 60 pessoas ouvidas até agora, 40 foram interrogadas. As prisões são resultado de um intenso e integrado trabalho de investigação da polícia, que teve como base fotografias, filmagens, e principalmente as diversas e qualificadas denúncias da população. Em apenas 24 horas as polícias Civil e Militar receberam mais de 100 denúncias por e-mail e telefone fornecendo pistas e identificando os autores.


"Em nome da polícia paranaense quero mais uma vez agradecer a toda a população que ajudou a polícia com informações importantes para que pudéssemos responsabilizar os culpados pela selvageria que aconteceu no estádio Couto Pereira e chocou o Brasil", disse Delazari.


O delegado que comandou as investigações, Miguel Stadler, explicou que as pessoas detidas tiveram diferentes participações. Eles articularam a invasão, aliciaram os torcedores, ameaçaram dirigentes e, ao final, participaram efetivamente das agressões e invasão ao gramado. "Tudo ocorreu assim que a partida foi encerrada justamente como forma de protesto pela má fase do time durante sua participação no Campeonato Brasileiro. Ficou claro que eles tinham o objetivo de promover todo tipo de dano no estádio, bem como agressões contra jogadores e dirigentes", relatou o delegado.


Além das pessoas detidas nesta manhã, outros envolvidos no crime estão sendo identificados e irão responder na medida de suas participações. As investigações prosseguem com o objetivo de individualizar a ação de cada um dos envolvidos.


Os envolvidos irão responder na medida de suas participações pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado, dano qualificado, ameaça, invasão de campo, lesão corporal e formação de quadrilha. Eles permanecem presos à disposição da Justiça.


Foram presos nesta manhã com mandado de prisão:

1- Marcelo Barbosa, 26 anos
2- Carlos Eduardo Koerting, 21 anos
3- Claudinei Aparecido Rodrigues Dos Santos, 33 anos
4- Eder Luiz Gonçalves, 29 anos
5- Leonardo De Oliveira Rocha, 21 anos
6- Raphael Alexandre Passos, 25 anos
7- Reimackler Alan Graboski, 30 anos
8- Renato Marcos Moreira, 25 anos
9- Guilherme Cesar Zdroyeski Muller, 22 anos
10- Miguel Antonio Chyla Ribas, 25 anos
11- Oswaldo Fernando Dietrich, 36 anos
12- Henrique Mira Schott, 21 anos
13- Alan Ribeiro, 27 anos
14- Marcelo Santos Brasil, 21 anos
15- Luiz Paulo Correa Dias, 22 anos


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