Presidente do Atlético-MG e um dos poucos dirigentes ainda fiéis ao Clube dos 13, Alexandre Kalil não poupou críticas aos clubes que seguiram Corinthians e Flamengo e decidiram negociar individualmente os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro no triênio de 2012 a 2014.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira, o dirigente foi pouco delicado com seus pares de outros clubes. "Acho que, nessa história toda, quem vai ganhar é o Corinthians e o Flamengo. Quem está indo atrás é um monte de bobo. Na hora em que sentássemos juntos, poderíamos encolher esse abismo. Mas tem gente que gosta de ficar debaixo de guarda-chuva de carioca e paulista, o que não é o caso do Atlético-MG", assegurou, afirmando que apenas os dois times de maior torcida do país têm, sozinhos, grande poder de barganha com os canais de televisão.
Kalil criticou pontualmente alguns clubes que pediram adiantamento de cotas e que depois deixaram a negociação do Clube dos 13. "O que o Atlético-MG não fez foi tentar vender o campeonato de 2012 e 2013 duas vezes, como fez o Grêmio, o Flamengo, o Botafogo, o Cruzeiro e o Guarani, que entregaram uma carta ao Clube dos 13, em caráter irrevogável, dando direito ao Clube dos 13 de negociar os campeonatos porque precisavam do dinheiro e agora querem vender os mesmos para a Globo", reclamou.
Críticas também à RedeTV!, vencedora da licitação da qual Kalil foi um dos formuladores. "O Atlético-MG não saiu satisfeito porque a própria RedeTV! disse que foi com dois envelopes, um com 516 e um com 700 (milhões de reais). Então, essa brincadeira de péssimo gosto que eles fizeram custou 200 milhões de reais por ano. Isso não sou eu que estou falando, foi o (João Alberto) Romboli, da RedeTV!, que falou lá para a imprensa do Brasil todo ouvir. Então, foi péssimo, foi lamentável."
Praticamente isolado dentro do Clube dos 13 - só São Paulo, Bahia e Inter, entre os fundadores, seguem firmes -, Kalil reclamou também da falta de união entre os clubes. "Quero que todos entendam que estamos aqui falando de dinheiro e muito dinheiro. Se todo mundo estivesse unido e as redes todas brigando, estamos falando de um negócio de R$ 3,9 bilhões em três anos".