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Investigação de apostas

John Textor, do Botafogo, diz em CPI do Senado que há manipulação de resultados no esporte

Pedro Rafael Vilela - Agência Brasil
23 abr 2024 às 09:05

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- Lula Marques/Agência Brasil
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John Textor,  empresário norte-americano é o sócio-majoritário do Botafogo SAF, depôs nesta segunda-feira (22) à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado Federal, que investiga manipulação de resultados do futebol e fraudes de apostas esportivas. Ele mostrou um relatório com aproximadamente 180 páginas com dados sobre irregularidades, de forma sigilosa.


"Nós chegamos a uma conclusão simples. Tivemos conhecimento de diversos indícios. Não queremos falar, ainda, em provas. Não podemos dizer que participamos de uma conversa de mais de uma hora sem conteúdo. Teve conteúdo", disse o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), presidente da CPI, ao final da reunião.

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De acordo com o parlamentar, a ideia é trazer a público, "o mais rápido possível", os dados apresentados. O relatório ficará à disposição dos senadores do colegiado e assessorias e deverá basear futuros depoimentos à comissão.

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A sessão foi dividida em duas partes. Na primeira, com transmissão ao vivo e a imprensa, Textor reafirmou aos parlamentares que tem provas sobre manipulação de partidas do Campeonato Brasileiro de futebol de 2022 e 2023. As denúncias constam, conforme Textor, em análises de jogos da Good Game!, empresa francesa que avalia arbitragem com ajuda de inteligência artificial.

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Já na segunda parte da reunião, com nomes de possíveis envolvidos, entre jogadores, árbitros e dirigentes, foram apresentados, se deu em uma sessão secreta com presença exclusiva dos senadores do colegiado.


"Não venho com evidências de pagamentos em dinheiro. A nossa evidência diz como os jogos são manipulados e não o porquê, a motivação", disse Textor sobre o tipo de denúncia.

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"Não venho aqui para ganhar um troféu ou ser congratulado. O que nós descobrimos não é nada diferente do restante do mundo, Bélgica, França, toda a Europa. A manipulação de resultados [no esporte] é uma realidade, e devemos deixar nossa paixão de lado e o que ocorreu no ano passado pode ter ocorrido outras vezes", pontuou.


Textor ainda falou sobre a existência de um áudio que comprometeria um árbitro. O dono da SAF do Botafogo já havia declarado que clubes como São Paulo e Palmeiras teriam sido beneficiados, mas reforçou que não fazia acusação aos times nem aos dirigentes.

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O convite ao investidor do clube carioca foi aprovado na semana passada, na primeira reunião de trabalho da comissão, instalada no último dia 11 de abril, na condição de testemunha. O senador Romário (PL-RJ), relator da CPI, destacou que o motivo para o convite foram as declarações de Textor à imprensa de que teria provas sobre casos de manipulação de resultados envolvendo diversas partidas de futebol das séries A e B do campeonato brasileiro, de de que estaria disposto a compartilhá-las com autoridades competentes.


Na sexta-feira (26), o pleno do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) deverá iniciar o julgamento de Textor pelas declarações contra a arbitragem e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) feitas após a derrota, de virada, por 4x3 diante do Palmeiras, em novembro de 2023, pelo Campeonato Brasileiro. Na ocasião, o Botafogo, que era líder com vantagem da competição, começou um ciclo derrotas e viu a disputa pelo título escapar das mãos. Se condenado, ele pode pagar multa e ainda ser suspenso do futebol brasileiro por um a dois anos.    

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Contexto


Na justificativa para a criação da CPI, Romário argumentou que as apostas esportivas pela internet passaram a movimentar muito dinheiro no Brasil, incluindo o patrocínio de clubes e competições, possibilitando aliciamento de jogadores e dirigentes. Ele ainda fez denúncias recentes. A empresa SportRadar, comentou o senador, divulgou um relatório que coloca sob suspeita a manipulação de 109 jogos de futebol no ano passado.


No final de 2023, a regulamentação das bets, como são conhecidas essas apostas esportivas, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No fim de janeiro deste ano, o Ministério da Fazenda criou uma secretaria para fiscalizar essas apostas.


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