O jogador William Ribeiro foi denunciado por tentativa de homicídio qualificado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) após a agressão contra o árbitro Rodrigo Crivellaro na partida entre Sport Clube São Paulo-RS e Guarani-RS, pela Série A2 do Campeonato Gaúcho. A denúncia foi protocolada quarta-feira (24) pelo promotor de Justiça Pedro Rui da Fontoura Porto.
Na denúncia, Porto relatou que o jogador "assumiu o risco de produzir o resultado morte" ao chutar a cabeça do árbitro, que estava caído no chão depois de já ter sido atingido com um soco por William.
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"Ao desferir chute brutal na região posterior da cabeça, pelas costas, no momento em que o ofendido estava desfalecido no gramado, o denunciado, atleta profissional, não só criou como também assumiu o risco de produzir o resultado morte, que somente não se consumou por circunstâncias alheias, devido à pronta intervenção de outros atletas e autoridades e, notadamente, ao rápido e eficaz atendimento médico", disse o promotor.
No mês passado, William Ribeiro foi suspenso por dois anos do futebol pela Primeira Comissão Disciplinar do TJD-RS (Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul). Na ocasião, o jogador se pronunciou pela primeira vez sobre a agressão e disse que estava "muito arrependido".
Relembre o caso
A partida entre Sport Clube São Paulo-RS e Guarani-RS, no dia 4 de outubro, foi interrompida no segundo tempo, após William dar um chute na cabeça de Crivellaro, que estava caído no chão. Ao notarem que o juiz havia desmaiado, os jogadores pediram a entrada da equipe médica no gramado para socorrer o árbitro. O jogador chegou a ser detido, mas recebeu a liberdade provisória.
O juiz recebeu atendimento médico e foi levado de ambulância para o Hospital São Sebastião Mártir, em Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul. Crivellaro recebeu alta médica na manhã seguinte ao jogo, depois que os exames não apontaram alterações.
Em contato com a reportagem, a Polícia Civil de Venâncio Aires disse que William foi detido e autuado por tentativa de homicídio qualificado. A pena, em caso de condenação, é de até 20 anos de prisão.
Na ocasião, o SC São Paulo emitiu uma nota oficial lamentando o ocorrido e anunciou a rescisão contratual do profissional: "O contrato com o atleta agressor está sumariamente rescindido. Ademais, todas as medidas possíveis e legais em relação ao fato serão tomadas."
Já o árbitro Rodrigo Crivellaro, após ter deixado o hospital, afirmou que não tinha muitas lembranças do momento e comentou a prisão do jogador: "Esse cara precisa de tratamento, é totalmente descontrolado, merece ficar preso por um bom tempo", disse Crivellaro à Rádio Imembuí, da cidade de Santa Maria.