As críticas contra a arbitragem do trio comandado por Denis Serafim soam legítimas, os desfalques provocados pelas mais diversas razões são um ponto a ser considerado, o calendário é um vilão conhecido, mas o declínio do Flamengo assusta e acende o sinal de alerta no clube a 18 dias da final contra o Palmeiras.
Diante da lanterna Chapecoense, o time cumpriu mais uma atuação aquém do esperado. A desorganização de um time que ficou marcado por dominar os adversários com apetite pelo controle do jogo deixa claro que a equipe precisa de soluções rápidas a curto prazo.
O empate em Chapecó mostrou um Fla desarrumado atrás e sem inspiração para construir. Contra o pior time do Brasileiro, que só somou uma vitória até aqui, os rubro-negros não conseguiram fazer valer nem mesmo a vantagem de atuar com um jogador a mais desde os 13 minutos do segundo tempo. Na base da intuição e dos lampejos individuais, o time até tentou o gol da vitória, mas não mostrou repertório suficiente para vencer um sistema defensivo que ofereceu espaços.
Para piorar o quadro, nomes como Everton Ribeiro, Gabigol e Bruno Henrique estão longe do ponto ideal, cabendo ao antes criticado Michael dar um tempero diferente para uma equipe previsível e que depende cada vez mais de contra-ataques para ferir os adversários. Mais frouxo do que o habitual na marcação, o time é agredido por adversários tecnicamente inferiores e se desgasta mais para retomar a bola.
"A gente está devendo bastante, mas vamos melhorar. Dia 27 (final da Libertadores) é um jogo atípico, vai ser um Flamengo totalmente diferente", disse Renato Gaúcho, sem entrar em detalhes.
O comandante sabe que a lupa sobre seu trabalho é cada vez maior e cruza os dedos para poder contar com a volta de jogadores decisivos para o rendimento do time, casos de Arrascaeta, Filipe Luís, Diego e Pedro. Até o departamento médico esvaziar, o treinador tenta controlar a carga dos jogadores e evitar novos problemas.
"Não adianta eu falar que o Flamengo joga a cada três dias, vão dizer que é mais uma desculpa. Os jogadores estão esgotados. Tem várias cabeças pensando aqui dentro. A equipe vai estar 100% nas parte física e técnica no dia 27", afirmou.
Com a missão pelo tricampeonato do Brasileiro cada vez mais improvável, a tarefa passa a ser exclusivamente juntar os cacos e recuperar os jogadores para que cheguem em Montevidéu nas melhores condições possíveis. Nesta semana, o Fla ainda encara Bahia e São Paulo e o desafio de corrigir erros com o tempo escasso se impõe.
O desgaste é grande, não temos tempo para treinar e vão falar que eu estou dando mais uma desculpa. Mas a realidade é essa", concluiu.