Em baixa
O adeus de Gabigol ao Flamengo, que será concretizado ao final da temporada, se torna mais um capítulo de uma gestão que teve tropeços na condução de negociações para renovações de contrato. O atacante decidiu não aceitar a proposta de um ano para ficar no clube.
O camisa 99 externou a insatisfação com a diretoria ao revelar que não permaneceria após o fim do contrato, e vai respirar novos ares a partir de 2025 -há um acerto encaminhado para defender o Cruzeiro. Ele ainda alinha alguns detalhes finais para de fato assinar o contrato.
"Durante esses últimos anos, houve negociações. O presidente, a diretoria na verdade, apertou minha mão, apertou a mão da minha família. Depois, acabaram acontecendo coisas que eu não gostei. Sempre soube as coisas pelo podcast [referindo-se a entrevistas de dirigentes]. Nunca soube pessoalmente", disse Gabigol.
Quando fala em "aperto de mão", Gabigol lembra que chegou a um acordo para a extensão do vínculo. No meio do ano passado, as partes alinharam um novo contrato com validade de mais cinco temporadas, mas o acordo não foi assinado sob alegação financeira, e nunca saiu do papel. Apesar de o departamento de futebol ter fechado a negociação, o presidente Rodolfo Landim não permitiu que ela fosse concretizada naqueles termos.
O tempo passou, Gabigol perdeu espaço, e as conversas tomaram outro rumo. A mudança de rota não agradou ao jogador, que viu o companheiro Bruno Henrique renovar por mais três anos. O clube acenou com um contrato de um ano, o que não foi suficiente para um denominador comum. O atacante se sentiu desvalorizado.
Integrante da vitoriosa geração de 2019, o camisa 99 toma o mesmo rumo que, por exemplo, Everton Ribeiro. O meia, que nesta terça-feira (12) está no Bahia, viu a diretoria adiar conversas e até mesmo ficar em silêncio em meio à mudança de temporada.
Uma das divergências, à época, foi o tempo de contrato. O Flamengo ofereceu um ano, enquanto o jogador pedia dois. Foram algumas semanas de expectativa por resposta, até que Everton Ribeiro topou o que o clube havia colocado à mesa, mas não obteve resposta, e o jogador entendeu que era o momento de se despedir. Aceitou o projeto apresentado pelo Bahia, que já pertencia ao Grupo City.
O goleiro Diego Alves foi outro exemplo. Bruno Spindel e os agentes do então camisa 1 entraram em acordo, com uma contraproposta aceita, mas os valores também esbarraram no presidente Rodolfo Landim. A condução irritou o lado do atleta. Ao fim do vínculo, ele deu adeus.
O maior entusiasta de Gabigol era Marcos Braz, que deixa o Flamengo no fim do ano. Os dirigentes demonstraram incômodo com a atitude de Gabriel, que deixou claro o descontentamento. Nos outros dois casos, os jogadores não externaram os problemas desta maneira.
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