Neste domingo (16), o Flamengo teve seu direito de resposta atendido e veiculado no programa do Faustão, por uma fala do apresentador que criticava a conduta do clube com as famílias vítimas do incêndio no Ninho do Urubu, em 2019.
"Ao contrário do que foi afirmado pelo referido apresentador, o Flamengo, desde o primeiro momento após a tragédia, vem buscando amenizar a dor e prestar todo o auxílio possível para os familiares das vítimas", diz um trecho do direito de resposta, que diz que o clube arcou com custos de psicólogos e viagens para os familiares.
Segundo o Flamengo, o clube já fechou acordo de indenização com 20 das 26 famílias vítimas da tragédia. Dentre as 10 que tiveram garotos mortos no incêndio, há 4 acertos. Um deles, o de Rykelmo, é contestado na Justiça pela mãe, que reclama do valor e diz que apenas o pai concordou com os termos.
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A nota flamenguista também ressalta que as seis famílias restantes recebem, mensalmente, R$ 10 mil de assistência. A pensão, no entanto, respeita uma decisão da Justiça.
O acordo entre clube e famílias é sigiloso. Conforme revelou a Folha de S.Paulo, no contrato há uma multa de R$ 500 mil para aqueles que revelarem detalhes do acerto.
Segundo o direito de resposta do Flamengo, os valores firmados são "muito superiores aos aplicados pelos tribunais brasileiros para indenizações, de forma que demandas judiciais dificilmente concederão às famílias valores mais vantajosos".
O texto também reitera que qualquer acordo depende não só do clube, mas também dos familiares e de seus advogados.
Antes do direito de resposta ser transmitido neste domingo, Faustão ressaltou que "quando se faz uma crítica, há o risco de que a pessoa criticada, ou as pessoas, possam não aceitar e querer o direito de resposto".
Uma semana antes, no domingo (9), ele havia criticado a diretoria, taxando seu comportamento com as famílias das vítimas de indecente e inadmissível.
"O problema é principalmente caráter, ter a sensibilidade, um tanto de humanismo. Como é que esses dirigentes conseguem chegar em casa e olhar os filhos e olhar os netos, sem nenhum respeito a quem perdeu as crianças? É revoltante em todos os aspectos", reclamou Faustão, no programa do dia 9.
À época, o clube também criticou a postura do apresentador, em uma nota em seu site que reiterava os mesmos pontos do descrito no direito de resposta exibido pela Rede Globo, mas que também alegava que a critica era uma "tentativa de indução negativa da opinião pública".
"Tamanha agressividade tem como pano de fundo interesses comerciais não atendidos", dizia o texto, publicado na segunda (10), um dia depois do pronunciamento de Faustão.
A tragédia completou um ano no último dia 8 de fevereiro.