O discurso é quase lugar-comum entre os jogadores de futebol. De origem pobre, fugiram de um futuro ruim para se deleitar com a bola nos pés. Nesta quarta-feira, porém, um exemplo de que não são todos que escapam ilesos. Um ex-jogador do Grêmio, de 18 anos, foi preso pela 4ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoas da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, suspeito de matar pelo menos oito pessoas.
Segundo apurou o LANCE!Net, o garoto tinha vida encaminhada no futebol, uma "mina de ouro", conforme um dos familiares. Tinha um acordo com o Grêmio, que o deixava ganhando valor aproximado de R$ 6 mil antes dos 16 anos, mais moradia, algo comum nas categorias de base de clubes brasileiros. Além disso, recebia acompanhamento especial e estudava. Mas passou um período fora do Rio Grande do Sul. Regressou justamente por conta da valorização recebida, mas desvirtuou-se e acabou sem clube, no crime.
Passou a ser conhecido como "Jogador" justamente por esse passado, atuava nos bairros Restinga e Vila Conceição, na Zona Sul de Porto Alegre. Ele atuou nos campos das categorias de base do clube gaúcho até 2011, quando se envolveu com o crime. Só neste ano, o jovem foi preso outras quatro vezes, por porte ilegal de armas. Ele é investigado por um tiroteio no início de 2013, quando um policial militar, em sua folga, e a filha foram alvejados quando se dirigiam para um baile de carnaval.
Os delegados Gabriel Bicca e Rodrigo Garcia foram responsáveis por efetuar a prisão. O "Jogador" tinha contra ele um mandado de prisão temporária expedido pela 2ª Vara do Júri da Capital, depois de investigação conduzida em conjunto com a 1ª DPHPP. O ex-jogador foi encaminhado para o Presídio Central e posteriormente será interrogado e submetido aos atos da polícia judiciária.