Membro do Conselho da Fifa, órgão que substituiu o Comitê Executivo, o alemão Wolfgang Niersbach teve negado recurso no Comitê de Ética da entidade nesta sexta-feira (16). Como consequência, foi mantida a suspensão de um ano aplicada em julho, em razão do suposto envolvimento do dirigente no processo de escolha da Alemanha como sede da Copa do Mundo de 2006.
Em julho deste ano, o Comitê de Ética da Fifa declarou Niersbach culpado no caso da Copa de 2006. Segundo o órgão, o alemão falhou ao reportar possíveis falhas de conduta e de ética e conflitos de interesse durante o processo de escolha da Alemanha como sede daquele Mundial.
Em nota, a Fifa afirmou que o Comitê de Apelação concordou com as conclusões do Comitê de Ética e disse que a suspensão de um ano aplicada inicialmente era "adequada neste caso". Niersbach era o vice-presidente do Comitê Organizador da Copa de 2006, comandando os setores de mídia e marketing.
"A decisão é extremamente dura para mim porque eu mantenho minha avaliação de que o julgamento do Comitê de Ética é completamente exagerado", declarou o alemão, que disse que não vai recorrer à Corte Arbitral do Esporte.
Com a eclosão do escândalo, no ano passado, o alemão deixou o cargo de presidente da Federação Alemã de Futebol, mas manteve seus cargos tanto na Fifa quanto na Uefa. O dirigente de 66 anos é o primeiro membro do Conselho da Fifa a sofrer punição pelo Comitê de Ética.
O Conselho da Fifa substituiu o Comitê Executivo em maio deste ano por decisão do presidente Gianni Infantino. Um dos motivos da mudança foi justamente o descrédito do órgão anterior em razão das seguidas denúncias de corrupção.
Niersbach também responde a processo na Justiça comum da Suíça devido ao pagamento de 6,7 milhões de euros à Fifa em 2005. Ele é acusado de fraude, lavagem de dinheiro, má gestão criminosa e apropriação indevida.