Futebol

Diretoria do Grêmio se irrita e desiste de Ronaldinho

08 jan 2011 às 16:06

Poucas horas depois do Flamengo ter revelado um acordo com o Milan para a contratação de Ronaldinho Gaúcho, o Grêmio anunciou oficialmente a saída da negociação pelo jogador. Irritada, a diretoria do clube gaúcho criticou o comportamento de Roberto Assis, empresário e irmão do meia-atacante, nas negociações. De acordo com o presidente Paulo Odone, o ex-jogador pediu várias mudanças no contrato e realizou "leilão" nos últimos dias.

"Depois de dois dias de reuniões com advogados, com tudo acertado, apenas para ser assinado, ontem de noite surgiu mais uma novidade. O Milan está negociando, a Traffic está garantindo o pagamento da multa ao Milan. A gente já tinha negociado essa multa e acertado isso com o Assis. Nosso vice-presidente queria negociar isso, mas eu disse que tinha passado de todos os limites. Eu encerrei as negociações, comuniquei ao Assis. Está acabado", afirmou.



Odone convocou uma entrevista coletiva para oficializar a desistência gremista e apontou a postura de Assis como decisiva para o fracasso nas negociações. De acordo com ele, o contrato oferecido pelo Grêmio a Ronaldinho Gaúcho precisou ser alterado sete vezes. "Ele pode fazer mais propostas, mais negociações, mais leilões, pode procurar o Corinthians também. Chegou contrato do Palmeiras, do Flamengo, e não era isso o que eu queria, esse leilão. Comuniquei ao Assis, está encerrado o assunto Ronaldinho Gaúcho no Grêmio", disse.



Para o dirigente, faltou transparência ao empresário e irmão de Ronaldinho Gaúcho na negociação. Odone revelou que Assis procurou o Grêmio para acertar o retorno do jogador ao clube. "O Assis nos procurou há alguns meses dizendo que o Ronaldinho queria voltar ao Grêmio para jogar a Copa do Mundo, morar em Porto Alegre, no time do coração, até encerrar a carreira e viver aqui. Sabíamos que o Flamengo tinha interesse, mas Assis nos garantiu que Ronaldinho tinha vontade de jogar no Grêmio e morar em Porto Alegre. Negociamos, batemos o martelo e até brindamos com uma taça", comentou.



Odone ressaltou que Grêmio não possui recursos financeiros para contratar um jogador de renome mundial como Ronaldinho Gaúcho e que a tentativa de trazê-lo se devia ao passado do jogador, que iniciou a carreira no clube e o deixou de modo turbulento em 2001. "O Grêmio não ia trazer um craque, mas sim um jogador com relação de amor pelo Grêmio. Uma das maiores frustrações minhas foi aquela entrevista do Ronaldinho falando que não tinha nada fechado. Não era isso que eu queria. O Grêmio não queria trazer um jogador do mercado, não tem dinheiro para isso", explicou.



O dirigente garantiu que Assis sempre negou a possibilidade de Ronaldinho defender outro clube no Brasil que não fosse o Grêmio, apesar do interesse declarado de Palmeiras e Flamengo, que sempre revelaram otimismo na possibilidade de contratar o jogador. "Tudo que aparecia nos noticiários e eu questionava, ele dizia que eram notícias plantadas, que o negócio era apenas com o Grêmio", declarou. "Ele esticou a corda demais".



De acordo com o presidente gremista, Assis lhe disse, mesmo após o Grêmio desistir da negociação, que Ronaldinho Gaúcho gostaria de defender o Grêmio. "Ele disse que não existe 99% no Flamengo, que o Ronaldinho quer vir para o Grêmio. Nem sei o que ele quer fazer dizendo que ele lutar por isso, para o Grêmio. Eu disse que está encerrado".


Apesar do Grêmio garantir que não entraria em leilão por Ronaldinho Gaúcho, o vice-presidente de futebol Antônio Vicente Martins garantiu que a proposta do time gaúcho era melhor que as de Flamengo e Palmeiras. "A proposta financeira do Grêmio foi a maior dos trees que estavam envolvidos nas negociações", disse. "Vamos fazer desse limão uma limonada e nos unir ainda mais com nosso torcedor", completou Odone.


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