Longe da briga pelo título, mas sonhando com uma arrancada no segundo turno do Brasileirão, Corinthians e São Paulo se enfrentam neste domingo, a partir das 16 horas, no Pacaembu. A luta pela vitória neste clássico válido pela 19ª rodada do campeonato é mais um capítulo numa rivalidade que ganhou ainda mais força nos últimos anos.
Já se vão quatro anos desde que o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, decidiu fechar os portões do Morumbi para clássicos com torcida dividida. A medida, polêmica à época, foi tomada justamente em um confronto com o Corinthians. Dali em diante, o então presidente corintiano, Andrés Sanchez, prometeu duas coisas: que seu time jamais voltaria a mandar jogos no estádio são-paulino e que a freguesia e a posição dos clubes dos anos anteriores iria se inverter.
O Corinthians, profetizou Andrés Sanchez, deixaria de perder mais do que ganhar o clássico com o rival e, de humilhado com o rebaixamento, se tornaria exemplo para os demais. E o São Paulo, que então era a grande referência de clube vencedor e bem administrado, cairia do pedestal e se tornaria o freguês.
Para o jogo deste domingo no Pacaembu, não poderia haver melhor descrição dos fatos do que a "profecia" de Andrés Sanchez provocada pela "maldição" de Juvenal Juvêncio.
O Corinthians é o campeão da Libertadores, defensor do título brasileiro, modelo de organização e chamariz para jogadores, enquanto o São Paulo é o instável time em eterna formação, criticado por ter uma administração que tem cometido erros e demitido técnicos e que - a parte importante para uma rivalidade - se tornou o freguês no clássico.
Nos últimos quatro anos, a única vitória são-paulina (em 12 encontros) foi em 2011. Mas teve gosto especial pelo gol de número 100 da carreira do goleiro Rogério Ceni. Antes e depois disso, muita decepção se acumulou nos ombros do São Paulo. A goleada por 5 a 0 no primeiro turno do Brasileirão do ano passado, por exemplo, ainda incomoda.
O Pacaembu, palco deste domingo, se tornou um grande aliado corintiano no clássico. Já se vão seis confrontos no estádio municipal em que o resultado é sempre o mesmo: vitória corintiana sobre o São Paulo.
Para tentar evitar que a história continue igual, o técnico Ney Franco conta com os astros Luis Fabiano, Lucas e Rogério Ceni, pela primeira vez juntos na temporada. E também com mudanças táticas que, segundo ele, fazem sua equipe se adaptar melhor ao estilo de jogo compacto, bem organizado e letal do adversário.
Com o 4-4-2 no lugar do 3-5-2 de jornadas recentes, o São Paulo espera neutralizar o Corinthians, que, por sua vez, deposita boa parte de sua confiança na manutenção do que vem dando muito certo: marcação forte, meio-de-campo ágil e um ataque preciso.
Em um clássico cuja rivalidade extrapolou o gramado, chegou às diretorias e criou freguesias mútuas, o duelo deste domingo no Pacaembu é um bom sinal para conferir para onde a gangorra vai pender a partir de agora.