O futebol europeu está definitivamente rachado a partir desta sexta-feira, quando a Ligas Europeias de Futebol Profissional (EPFL, na sigla em inglês), entidade que representa 23 campeonatos nacionais europeus, anunciou o rompimento unilateral do memorando de entendimento que mantinha com a Uefa.
O racha é uma consequência da decisão anunciada pela Uefa em agosto de modificar critérios de classificação e, principalmente, a divisão das receitas da Liga dos Campeões e da Liga Europa. As modificações garantem mais dinheiro aos clubes de maiores mercados televisivos e que forem mais longe na competição.
No entender da EPFL, isso tornaria os clubes ricos de Alemanha, Itália, Espanha e Inglaterra ainda mais ricos (esses países terão quatro clubes por edição da Liga até pelo menos 2021), aumentando a discrepância para os mais pobres.
O rompimento do memorando de entendimento precisa cumprir uma espécie de aviso prévio e passa a valer em 15 de março. De acordo com a EPFL, isso dá tempo à entidade de negociar um acordo com a Uefa para ser apresentado na sua próxima assembleia geral, em 31 de março, ao mesmo tempo que a Uefa pode preparar uma resposta até seu congresso, em abril.
Das 23 ligas que fazem parte da entidade, só a da Itália não apoiou a decisão. Mesmo dirigentes de Inglaterra, Espanha e Alemanha, cujos clubes supostamente seriam beneficiados pelas medidas a Uefa, são contra as novidades. O entendimento geral é que o fortalecimento exacerbado da Liga dos Campeões tira espaço das competições nacionais.