O confronto entre a Polícia Militar (PM) e torcedores do Palmeiras que estavam nas esquinas das ruas Turiaçu e Caraíbas, em São Paulo, no último domingo, antes do clássico com o Corinthians, pelo Campeonato Paulista, ainda gera repercussão. Um dia depois de a PM divulgar uma nota defendendo sua atuação - "absolutamente necessária" -, conselheiros do Palmeiras, representando diferentes grupos políticos do clube, lançaram nesta terça-feira um manifesto intitulado "O abuso da Polícia Militar contra os palmeirenses". De forma oficial, nem o Palmeiras e nem o presidente Paulo Nobre deram declarações sobre o assunto.
O texto, assinado por conselheiros de diversas alas políticas do clube (Academia, Chapa Palestra, União Verde e Branca, Confraria Palestrina, Democracia Verde, Dissidenti, Eternos Palestrinos, Fanfulla e Palmeiras Forte) questiona também a ação da PM na véspera do jogo, quando transcorria a eleição bienal para o Conselho. Um bloco de carnaval percorria a Rua Turiaçu e foi dispersado pela polícia com violência. "Não se pode apoiar ou mesmo compreender que seja necessário o uso de balas de borracha e bombas de efeito moral em vias públicas com grande presença de crianças, mulheres e idosos", atacou o manifesto.
Quanto ao confronto de domingo, o documento cita o local do maior confronto e questiona o poder público sobre a truculência da ação. "Provocações à torcida adversária teriam ocorrido na esquina da Rua Padre Antônio Thomaz com Av. Antártica. No entanto, o tumulto generalizado provocado pela Polícia Militar ocorreu a 500 metros de distância, na esquina da Rua Turiaçu com a Rua Caraíbas, onde até então a paz reinava entre os palmeirense", criticaram os conselheiros.
No texto, eles abordam um ponto que consideram fundamental, a falta de relação entre as pessoas que estavam nos bares e na frente do clube com a tentativa de briga ocorrida em outro local das imediações. "É o dever de agente público em agir com discernimento! Não se pode aceitar como legítimo e necessário que a Polícia Militar provoque com suas ações danos às pessoas e às propriedades que não tenham qualquer relação direta ou indireta com atos que reivindiquem a repressão dos agentes."
Os grupos políticos do Palmeiras pedem que a Corregedoria da Polícia Militar apure os fatos e puna os possíveis excessos cometidos na ação. Por fim, ainda questionam os promotores da Justiça Paulo Castilho e Roberto Senise se eles irão investigar a atuações dos policiais no caso.