Volante
Sem jogar em São Paulo desde o dia 18 de setembro, o Santos correspondeu à expectativa do público que marcou presença no Pacaembu, na noite deste sábado, na volta do time ao tradicional palco paulistano. E Neymar, que era quem mais o torcedor santista queria ver jogar, acabou assegurando a vitória por 4 a 1 sobre o Atlético-PR com um verdadeiro show. Ele marcou quatro gols, teve um outro anulado, e ainda fez a alegria da massa santista com belos passes e seus tradicionais dribles.
O resultado levou o Santos aos 45 pontos e deixará o time ainda mais focado na disputa do Mundial de Clubes da Fifa, que será em dezembro. O clube pretende poupar suas principais estrelas para a disputa da competição e a vitória deste sábado deve apressar o planejamento santista, que não tem mais objetivos a buscar no torneio nacional.
Já o Atlético-PR viveu mais um capítulo da sua desesperadora luta contra o rebaixamento. O time segue estacionado na 18.ª posição, com 31 pontos, e corre o risco de ser ultrapassado pelo Avaí, penúltimo colocado, que tem 29 e enfrenta o Corinthians, neste domingo, no mesmo Pacaembu.
O JOGO
Mais uma vez sem poder contar com Muricy Ramalho no comando, pois o treinador segue en tratamento para superar a crise de nervo ciático, em consequência de uma hérnia de disco, o Santos voltou a ser dirigido pelo auxiliar Tata. E com o Santos empenhado a vencer mais uma para começar a se focar de vez no Mundial, ele mandou o time a campo com Alan Kardec, Neymar e Rentería no ataque.
Neymar, por vez, começou a partida sendo decisivo para o Santos. Logo no primeiro minuto, ele enfiou boa bola para Rentería no lado esquerdo do ataque. O atacante chutou cruzado, Renan defendeu parcialmente e Neymar pegou o rebote. Ao tentar ajeitar o corpo para finalizar, o astro santista acabou sendo acossado por Cléber Santana, que usou o ombro para dar um tranco, mas com força desproporcional. Com isso, o juiz marcou o pênalti.
E, aos 2 minutos, Neymar cobrou no canto esquerdo de Renan, que caiu para o outro lado e viu a bola bater na trave antes de entrar em sua meta: 1 a 0. Indignado com a marcação do pênalti, Cléber Santana reclamou de forma acintosa e levou o cartão amarelo.
Indignado, o mesmo Cléber Santana quase empatou a partida logo no terceiro minuto ao arriscar forte chute de fora da área, que obrigou Rafael a praticar boa defesa.
Após os três movimentados minutos iniciais, os dois times passaram a sofrer para criar boas jogadas e o Santos só voltou a aparecer com perigo no ataque aos 23 minutos, quando Neymar tinha ótima chance de finalizar ao receber no lado direito da área, mas demorou e acabou abafado pela zaga atleticana.
No minuto seguinte, o mesmo Neymar chegou a marcar após Renan dar rebote em cabeçada de Rentería, mas o colombiano estava impedido no lance. E, neste mesmo minuto, o Atlético-PR por pouco não empatou. Após fazer boa jogada pela direita, Paulo Baier cruzou e Nieto, na pequena área, tocou por cima do gol.
Com o Atlético-PR pouco efetivo no ataque, Antônio Lopes resolveu sacar o volante Wendel Santos e colocar o meia Marcinho, para auxiliar Paulo Baier na armação de jogadas.
Porém, após dois chutes perigosos de fora da área de Neymar e Danilo, foi o Santos que voltou a marcar, mas o árbitro Francisco Carlos Nascimento acabou invalidando a jogada do gol, em uma decisão polêmica. Aos 42 minutos, Danilo cruzou da direita, Alan Kardec, em posição de impedimento, fez uma espécie de corta-luz e deixou a bola passar para Neymar, que recebeu em condição legal no lado esquerdo da área e tocou rasteiro à esquerda de Renan. O auxiliar não levantou a bandeira, mas o juiz atendeu reclamação de Paulo Baier e impugnou o lance.
SHOW NA ETAPA FINAL
No segundo tempo, o Atlético-PR voltou disposto a surpreender o Santos. E foi pelos pés de Paulo Baier que achou o gol de empate. Um minuto após obrigar Rafael a praticar boa defesa em cobrança de falta, o experiente meia bateu escanteio preciso para Guerrón, no segundo pau, completar de cabeça para as redes quando a bola já estava na altura da linha do gol, aos 6 minutos.
A reação, porém, começou a ruir em dois minutos. Após cruzamento da direita de Rentería, Cléber Santana empurrou Edu Dracena e o juiz deu pênalti. Aos 9 minutos, Neymar correu para a bola, esperou Renan sair para o canto direito e tocou rasteiro no lado esquerdo do goleiro.
E Neymar, além de competente, estava com sorte. Após receber longo lançamento pelo lado esquerdo do ataque, viu Manoel tropeçar nas próprias pernas à sua frente, dominou e finalizou para fazer 3 a 1, logo aos 11 minutos.
O show não parou por aí. Após receber pela esquerda, Neymar passou fácil pelo volante Deivid, invadiu a área e, com categoria, chutou no canto direito de Renan, aos 24 minutos, para decretar o 4 a 1.
E o Santos só não ampliou porque Rentería seguia perdendo boas chances. Do outro lado, Rafael levou sorte ao ver Nieto e Paulo Baier carimbar a sua trave. E o placar ficou mesmo no 4 a 1 até o final.
SANTOS 4 x 1 ATLÉTICO-PR
SANTOS- Rafael; Danilo, Edu Dracena (Bruno Aguiar), Bruno Rodrigo e Durval; Adriano, Arouca (Ibson) e Henrique; Alan Kardec, Neymar e Rentería (Diogo). Técnico: Tata (interino).
ATLÉTICO-PR - Renan; Wagner Diniz (Edilson), Manoel, Gustavo e Heracles; Deivid, Cléber Santana, Wendel Santos (Marcinho) e Paulo Baier; Guerrón e Nieto. Técnico: Antônio Lopes.
Gols: Neymar, aos 2 minutos do primeiro tempo; Neymar, aos 6, aos 11 e aos 24, e Guerrón, aos 9 do segundo.
Juiz: Francisco Carlos Nascimento (AL).
Cartões amarelos: Cléber Santana, Paulo Baier e Wagner Diniz (Atlético-PR); Neymar (Santos).
Renda e público: não disponíveis.
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP).