A goleada do Flamengo por 4 a 0 sobre o Independiente del Valle, pela Copa Libertadores, será lembrada pela atuação firme dos meninos da casa, pelo troco ao rival equatoriano, mas também pelo ressurgimento de Bruno Henrique.
O atacante, peça mais que fundamental no ano mágico de 2019, ainda não engatou a sexta marcha em 2020, mas teve de conviver com questões extracampo que atrapalharam a vida do melhor jogador da Libertadores da temporada passada. De uma lesão ao surto de Covid-19, o camisa 27 precisou driblar esses adversários para voltar a decidir.
E neste domingo (4), às 16h, no Maracanã, contra o Athletico-PR, Bruno Henrique tem a chance de embalar. A partida é válida pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Após a vitória por 1 a 0 contra o Santos, o goleador teve diagnosticado um edema ósseo no joelho. Foram mais de duas semanas fora de combate até voltar a ser aproveitado, mas o retorno não podia ser mais traumático. Lançado no segundo tempo do jogo contra o Del Valle, em Quito, ele viu de perto o Fla ser massacrado por 5 a 0 e viver um pesadelo no Equador.
Com Domènec Torrent questionado e na corda bamba, o Rubro-Negro foi varrido por um surto de coronavírus que atingiria 19 atletas. Bruno testou positivo e foi um dos sete infectados da primeira leva. De quarentena, assistiu de longe a vitória contra o Barcelona Guayaquil e o empate contra o Palmeiras, pelo Brasileirão. Liberado para voltar, começou no banco de reservas e deixou sua marca duas vezes contra o último grande algoz dos rubro-negros na história recente.
"Para todo o clube e o elenco foi um período de dificuldade, mas, para mim, foi uma sequência ainda pior. Vinha de uma lesão no joelho que me afastou por 15 dias e, logo no primeiro jogo após a volta, fui diagnosticado com a Covid. Mas estou de volta com saúde, fui honrado com esses dois gols e pude voltar a ajudar o Flamengo dentro de campo", disse Bruno, após a goleada flamenguista na última quarta-feira (30).
Os gols no Maracanã representaram alívio para o atacante, que já amargava um longo período sem ir às redes. Ainda que fora de algumas partidas por conta destes outros problemas, ele já somava 87 dias de seca. Após deixar sua marca contra o Volta Redonda, quando anotou os dois da vitória, ele passou nove partidas em branco até reassumir o protagonismo e ser fundamental para a vaga às oitavas da Libertadores:
"Precisávamos vencer para confirmar a classificação e fico muito feliz por ter voltado a contribuir diretamente para o resultado. Precisamos também enaltecer os meninos [da base], que fizeram jogos excelentes. Muitos deles estavam estreando contra adversários muito fortes, mas chamaram a responsabilidade e nos ajudaram demais", comentou o atacante.
Para o duelo contra o Athletico-PR, a escalação do Flamengo é uma incógnita. O técnico Jordi Guerrero pode ter à disposição vários jogadores que testaram positivo para Covid-19. Mas ainda não existe a confirmação. Contra o Independiente del Valle, apenas Matheuzinho foi titular, enquanto Diego, Isla Bruno Henrique e Michael entraram no segundo tempo.
Dessa vez, Léo Pereira, Rodrigo Caio, Gustavo Henrique, Thuler, Willian Arão, Renê, Everton Ribeiro, Gabriel Batista, Pepê e Gomes podem atuar, de acordo com o protocolo da CBF, mas precisam estar assintomáticos. A certeza é que o Flamengo terá três desfalques. Os atacantes Gabigol e Pedro Rocha e o goleiro Diego Alves estão contundidos.
O Athletico-PR terá desfalques para o duelo no Maracanã. Os zagueiros Thiago Heleno e Pedro Henrique e o meio-campista Nikão estão contundidos. Além disso, o lateral Jonathan, o volante Wellington e o meio-campista Erick devem ser poupados por causa da sequência de partidas -na terça-feira passada, o time de Eduardo Barros jogou pela Libertadores e empatou sem gols com o Jorge Wilstermann.
Ficha técnica
FLAMENGO
Hugo; Isla, Gabriel Noga (Rodrigo Caio), Natan (Léo Pereira), Filipe Luís (Ramon); Thiago Maia, Gerson, Arrascaeta; Michael (Lincoln), Pedro, Bruno Henrique. T.: Jordi Guerrero
ATHLETICO-PR
Santos; Zé Ivaldo, Pedro Henrique, Lucas Halter, Abner; Jaime Alvarado, Christian, Jorginho, Léo Cittadini; Fabinho (Geuvânio), Renato Kayzer (Pedrinho). T.: Eduardo Barros
Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro
Horário: 16h deste domingo
Juiz: Rodrigo Dalonso Ferreira (SC)