A seleção feminina de futebol inicia a jornada na Copa América 2022, na Colômbia, neste sábado (9), às 21h (horário de Brasília), diante da Argentina, no estádio Centenário, em Armenia. As brasileiras estão no grupo B, que ainda tem Uruguai, Venezuela e Peru.
A competição reúne as dez seleções da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), separadas em dois grupos de cinco, que jogam entre si. Os dois melhores de cada chave avançam às semifinais. O grupo A, da anfitriã Colômbia, ainda reúne Equador, Chile, Paraguai e Bolívia.
O Brasil entra com três objetivos. O primeiro é garantir vaga na Copa do Mundo do ano que vem, na Austrália e na Nova Zelândia. Para isso, as comandadas de Pia Sundhage precisam encerrar o torneio entre as três primeiras colocadas. Se ficar em quarto ou quinto lugar, será preciso disputar uma seletiva internacional.
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Outra meta é assegurar uma das duas vagas sul-americanas à Olimpíada de Paris (França), também em 2024, destinadas ao campeão e ao vice da Copa América. O Brasil, por fim, mira o oitavo título em nove edições do torneio, o quarto consecutivo. Apenas em 2006, na Argentina, quando as anfitriãs levaram o troféu, é que a taça não foi erguida pela equipe canarinho.
Na Colômbia, a técnica vive a expectativa de conquistar o primeiro título oficial à frente da seleção feminina. Sundhage foi campeã do Torneio Internacional de Manaus do ano passado, depois de vitórias sobre Índia, Venezuela e Chile na Arena da Amazônia, uma competição era amistosa. A sueca de 62 anos comandou a equipe em 36 ocasiões desde agosto de 2019. Foram 19 vitórias, 11 empates, seis derrotas, 88 gols marcados (2,44 de média) e 30 sofridos (0,83).
O retrospecto dela contra rivais sul-americanos é bastante positivo. Em nove oportunidades, são oito triunfos e um empate, com 36 gols (média de quatro por partida) e quatro sofridos (0,44 de média).
A Argentina, adversária deste sábado, foi a rival mais vazada (16 vezes em quatro jogos), e o Equador foi o time que mais sofreu diante do time de Sundhage: em dois encontros foram duas goleadas brasileiras (6 a 0 e 8 a 0).
Renovação
Sundhage anunciou as convocadas no dia 6 de junho. A relação de 23 nomes sofreu duas alterações, com os cortes da goleira Lelê, do Corinthians, e da atacante Gabi Nunes, do Madrid CFF (Espanha), contundidas, que deram lugar à goleira Natascha (Flamengo) e à meia Duda Sampaio (Internacional) - que havia sido chamada como “suplente” na lista original da Copa América.
O Corinthians é o time com mais representantes. São quatro: a lateral Tamires, a volante Luana - que estava no Paris Saint-Germain (França) na época da convocação - e as atacantes Adriana e Gabi Portilho.
É a primeira vez, desde 2003, que o Brasil disputa uma competição oficial sem o trio Formiga-Marta-Cristiane, que fez história vestindo a camisa canarinha. A volante de 44 anos, atualmente no São Paulo, aposentou-se da seleção. A meia-atacante de 36 anos, seis vezes eleita a melhor jogadora do mundo e que defende o Orlando Pride (Estados Unidos), se recupera de uma lesão no ligamento cruzado do joelho esquerdo. Já a centroavante de 37 anos (que está no Santos e é a maior artilheira brasileira em Copa América, com 31 gols) não é convocada desde abril de 2021, quando foi chamada para um período de treinos.
Sem o trio de estrelas, a atacante Debinha (30 anos) e Tamires (34), com 122 jogos cada pela seleção, são as vozes da experiência de uma equipe renovada. Das 23 convocadas, 18 disputam a Copa América pela primeira vez e 13 não chegam a ter 20 partidas com a amarelinha (Duda Sampaio sequer estreou na equipe principal). Seis das atletas têm, no máximo, 23 anos, boa parte delas (a zagueira Tainara, a volante Angelina e as meias Ary Borges e Kerolin) vêm sendo titulares nos testes de Sundhage.
Para a estreia diante das argentinas, serão dois desfalques: Luana e a meia Duda Francelino, ambas infectadas pelo novo coronavírus (Covid-19). A expectativa é que a escalação seja: Lorena; Fê Palermo (Antonia), Tainara, Rafaelle e Tamires; Angelina, Ary Borges, Kerolin e Adriana; Debinha e Geyse (Bia Zaneratto).
“Inimigas” íntimas
Boa parte das seleções que participam da Copa América contam com nomes conhecidos de quem acompanha o Campeonato Brasileiro. A Argentina, por exemplo, conta com três jogadoras que atuam aqui: a zagueira Agustina Barroso (Palmeiras), a lateral Eliana Stábile (Santos) e a atacante Sole Jaimes (Flamengo). Já as uruguaias Karol Bermúdez e Luciana Gómez defendem o Atlético-MG (assim como a meia Dayana Rodriguez, convocada pela Venezuela).
A relação da anfitriã Colômbia tem a zagueira Monica Ramos (Grêmio) e a meia Liana Salazar (Corinthians). O Paraguai é a equipe estrangeira com mais atletas que jogam no Brasil: a zagueira Verónica Riveros (São José), a lateral Camila Arrieta (Avaí/Kindermann) e as meias Fabíola Sandoval (Avaí/Kindermann), Fany Gauto (Ferroviária) e Graciela Martínez (Vasco). Destaque, também, ao Equador, que é dirigido por Emily Lima, ex-técnica de Santos, São José e da seleção brasileira.
Estrelas europeias
Como acontece no masculino, as estrelas do feminina atuam, principalmente, na Europa. Entre as estrangeiras em evidência no Velho Continente que estão Copa América vale destacar a chilena Christiane Endler, do Lyon (França), atual melhor goleira do mundo, e a atacante venezuelana Deyna Castellanos, recém-contratada pelo Manchester City (Inglaterra).
Na seleção brasileira, sete das 23 convocadas jogam na Europa. Três na Espanha: a zagueira Antonia (Levante) e as atacantes Geyse e Gio (ambas no Barcelona). Duas na Alemanha: Tainara (Bayern de Munique) e a lateral Letícia Santos (Eintracht Frankfurt). Há ainda uma na Itália (Kathellen, da Inter de Milão) e uma na Inglaterra (a também zagueira Rafaelle, do Arsenal).
Brasil na 1ª fase
09/07 - Brasil x Argentina - 21h (horário de Brasília)
12/07 - Brasl x Uruguai - 18h
18/07 - Brasil x Venezuela 18h
21/07 - Brasil x Peru - 21h*
* Ao contrário dos três primeiros jogos, que serão em Armenia, o duelo contra as peruanas será no estádio Pascual Guerrero, em Cali.