Foi suado mas o Atlético conseguiu. Em uma só noite acabou com a vantagem do adversário, venceu o cansaço, encerrou a série consecutiva de títulos do rival, empolgou os mais de 20 mil atleticanos em seu estádio e provou, mesmo nos pênaltis, que mereceu levantar a taça de Campeão Paranaense deste ano. De quebra, continuou na frente em decisões estaduais via Atletibas: agora são sete troféus contra cinco do Alviverde.
Nem mesmo a tarde havia começado e os atleticanos já enchiam o Estádio Joaquim Américo, carinhosamente chamado de Arena da Baixada, ou, agora, Kyocera Arena. Os Rubro-Negros, apesar da vantagem do Coxa de jogar pelo empate, mostraram-se confiantes desde o início da partida. E sempre procuraram intimidar os torcedores coxa-brancas, que procuravam fazer seu papel, um pouco mais tranquilos.
Tranquilidade que deu lugar à apreensão quando, empurrado pela sempre inquieta nação atleticana, aos 19 minutos, Dênis Marques colocou o Atlético na frente. A partir daí, cada carrinho, escanteio, falta ou até mesmo um toque correto, quando os jogadores já demonstravam cansaço, passou a fazer parte da guerra de nervos de rubro-negros e alviverdes.
O alívio só veio mais de 210 minutos depois do apito da primeira partida da decisão. E quem gritou mais alto foram os atleticanos, que, após o pênalti convertido por Lima, não cansaram mais de cantar: ''Atlético, conhecendo seu valor... A camisa rubro-negra só se veste por amor!''
O Jogo
A partida começou quente, com os jogadores bastante nervosos, disputando cada lance com muita intensidade. O árbitro Henrique França Triches, um pouco perdido no ínicio da partida, acabou encontrado na expulsão de dois jogadores uma solução temporária para a rivalidade em campo. Assim, aos 11 minutos, o atacante rubro-negro Aloísio e o zagueiro alviverde Miranda já estavam fora da partida.
Depois da expulsão o jogo ficou mais aberto e veloz. Porém, enquanto o Atlético buscava o gol de forma desordenada, o Coritiba não conseguia puxar um contra-ataque com precisão. O que se viu na primeira etapa foi excesso de disposição e quase nada de técnica.
No segundo tempo, o técnico Edinho preferiu mudar o esquema com dois zagueiros e recuou Marcão, para a saída de Fernandinho, machucado, e a entrada dos atacantes Lima e Maciel, no lugar do lateral-direito Etto. O resultado foi imediato. Com atletas descansados e ariscos, o Furacão sufocou o Coxa no campo de defesa. Aos 15 minutos, Dênis Marques, que vinha sendo bastante criticado pelos atleticanos, quase abriu o placar. Ele recebeu livre fora da área e chutou forte no canto direito de Fernando, mas a bola bateu nas duas traves e não entrou.
O gol veio quatro minutos depois, quando Lima fez boa jogada e cruzou para Dênis Marques, livre, no meio da área. O atacante limpou a jogada para a direita e fuzilou o goleiro Fernando, para o delírio dos atleticanos, que voltaram a gritar o nome do jogador em coro.
O Furacão continuou pressionando bastante mas não conseguia ampliar a vantagem, enquanto ao Coritiba restava explorar os lances de bola parada, sempre perigosos com as cobranças de Rafinha. O meia Fabrício também chegou a ameaçar Fernando, batendo faltas perto da área, no entanto, o jogo caminhou mesmo para a prorrogação.
No tempo extra, o desgaste pela partida disputada na Libertadores na última quinta-feira ficou evidente no grupo atleticano. O Coritiba aproveitou o cansaço do adversário e teve duas oportunidades claras de gol, com Rodrigo Batata e Negreiros, ambas disperdiçadas. O jogo foi, então, decidido nos pênaltis. E o Furacão levou a melhor, com o placar de 4 a 2.
Ficha do jogo:
Atlético 1 (4)
Diego; Etto (Maciel), Baloy, Danilo e Marcão; Alan Bahia, Ticão (Rodrigo Souto), Fabrício e Fernandinho (Lima); Dênis Marques e Aloísio. Técnico: Edinho
Coritiba 0 (2)
Fernando; Rafinha, Miranda, Reginaldo Nascimento e Rubens Júnior (Negreiros); Márcio Egídio, Pepo (Jackson), Luís Carlos Capixaba e Rodrigo Batata; Nunes e Marciano (Flávio). Técnico: Antônio Lopes
Árbitro: Henrique França Triches
Local: Kyocera Arena
Gol: Dênis Marques, aos 19 minutos do 2º tempo
Cartões vermelhos: Aloísio e Miranda
Cartões amarelos: Baloy, Marcão, Ticão, Rodrigo Souto, Reginaldo Nascimento, Rubens Júnior, Márcio Egídio, Pepo, Rodrigo Batata e Flávio
Renda: R$ 431.54,50
Público pagante: 18.336
Público total: 23.759
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