O atacante Eduardo da Silva anunciou nesta terça-feira sua aposentadoria da seleção da Croácia. Com 31 anos, o brasileiro naturalizado croata fez sua última partida com a camisa da equipe na Copa do Mundo, encerrando sua trajetória de dez anos, 64 jogos e 29 gols na seleção europeia.
"Foi com grande orgulho e prazer que joguei com o uniforme da seleção croata e representei o futebol croata em todo o mundo. Tentei compensar a confiança depositada em mim pelos treinadores", declarou o atacante, que agradeceu a torcedores, companheiros de time, técnicos e membros da comissão técnica. "Cada um a sua maneira, foi importante para o meu trabalho. Fiz muitos amigos".
O brasileiro é o segundo maior artilheiro da história da seleção croata, com 29 gols, atrás apenas de Davor Suker, maior goleador da Copa do Mundo de 1998. Atual presidente da Federação Croata de Futebol, o ex-atacante marcou 45 gols pela seleção do seu país.
Eduardo se despediu da equipe nesta Copa, quando jogou apenas uma partida, contra Camarões, sem balançar as redes, no mesmo grupo do Brasil. Eliminado nesta fase, o atacante não chegou a ter a experiência de enfrentar a seleção do seu próprio país, porque ficou no banco de reservas na abertura do Mundial.
O jogador anunciou sua saída da seleção em nota publicada no site da Federação Croata. Além de agradecer o apoio da entidade e dos companheiros, Eduardo criticou pessoas que teriam prejudicado sua passagem pelo time, porém, sem citar nomes.
"Vivi momentos amargos em consequência de pessoas que não fazem parte formal do time, mas tem grande impacto no trabalho e no homem que lidera a equipe. Acho que foi por isso que fui tratado de forma injusta", afirmou, antes de se despedir. "Com o desejo de que a seleção tenha uma melhor representação no futuro".
Na mesma nota, a Federação Croata agradeceu a "contribuição significativa" do jogador. "A carreira de Eduardo é um bom exemplo de naturalização e integração na equipe nacional". "A Federação Croata de Futebol deseja a Eduardo muita felicidade, saúde, sucesso".
Já o técnico Niko Kovac contrapôs os comentários do brasileiro sobre a liderança da equipe. "Eu assumo toda a responsabilidade sobre a condução da seleção croata. E quando se trata de escolher um jogador, eu sempre digo que a verdade está no campo. Só quem tem influência sobre mim são os membros da equipe, assim como as performances dos jogadores, a forma física, o comportamento e o compromisso com o time", registrou o treinador, em nota.
"É claro que qualquer um que não jogou tem o direito de ficar desapontado, mas que decepção não deve ser um motivo de desânimo, e sim para tentar provar seu valor ainda mais", declarou. "Todo mundo tem o direito de escolher jogar em um time, e nós respeitamos a decisão do Eduardo.
Compartilhei o vestiário com ele como jogador e tenho uma opinião elevada sobre suas qualidades no futebol."