Abel Ferreira nunca escondeu sua admiração pelo trabalho das categorias de base do Palmeiras, mas fez uma espécie de alerta, nesta segunda-feira (12), sobre as oscilações de seus jovens jogadores -e citou, inclusive, Endrick.
"UNS MAIS À FRENTE, OUTROS ATRÁS"
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O técnico ressaltou a importância da parte psicológica para atletas que sobem ao profissional. Ele abordou o tema ao falar sobre a atuação de Fabinho, que ganhou vaga de titular na partida do alviverde diante do Santo André, disputada nesta segunda-feira (12) pelo Campeonato Paulista e que acabou em 1 a 1.
Abel pediu ainda paciência por parte da torcida e afirmou que os garotos "acham que podem ser o Endrick" -o atacante é a maior joia recente da base alviverde, foi vendido para o Real Madrid e já faz parte da seleção brasileira.
O português também jogou para si a responsabilidade pelo desempenho dos jovens, citando também novas promessas do clube, como Estevão e Luis Guilherme.
"O Fabinho já tinha feito um grande jogo contra o Bragantino. Fico contente porque é um jogador que colhe o que planta. Ele trabalha conosco desde que cheguei aqui, mas só nos últimos anos é que está mais assíduo. Fazemos isso com muitos jogadores, como Luis [Guilherme] e Estevão. Eles trabalham conosco de forma diária, mas uns estão mais à frente e outros mais atrás. Isso é natural com esses meninos. Todos acham que podem ser o Endrick. Não só eles, mas empresários, pais... Tudo isso tem influência grande na cabeça deles. Mas o tempo deles não é igual para todos", disse Abel, em entrevista coletiva.
O SEGREDO É PACIÊNCIA
Abel seguiu sua resposta dizendo que o segredo do sucesso é a paciência. Ele citou Luis Guilherme como um jogador que teve pouco tempo de sub-20, mas que precisa queimar etapas para se firmar no time de cima.
"Mas às vezes é preciso uma palavra que é mágica no futebol, que é paciência. Tem que ter paciência, sobretudo com os mais jovens porque no alto nível pedem-nos rendimento, acerto, tem que estar pronto para lidar com essa emancipação. Muitos deles pulam fases. O Luis Guilherme, por exemplo, pouco jogou no sub-20. Isso pode ser bom ou ruim. Às vezes é preciso se passar por algumas fases para a consolidação da formação. Uns demoram mais, outros menos. Infelizmente aqui não é formação, é profissional, aqui cobra-se resultado, é rigor máximo, os erros paga-se caro e eles precisam estar acostumados com isso. Estamos aqui para ajudar eles em todos os momentos, quando acertam e erram, e quem coloca os jogadores sou eu, então ao final das contas a responsabilidade é minha", disse.
Na mesma entrevista, Abel disse que conversou com Endrick após a queda da seleção no Pré-Olímpico. Segundo o português, Endrick é um menino mentalmente forte e saberá lidar com o abalo natural causado pela ausência do Brasil nos Jogos Olímpicos no futebol masculino.
"Logicamente que quando se vai para uma competição onde se tem uma grande expectativa... Costumo dizer que ninguém foi antes de ser. São expectativas que criamos. Temos que falar com ele, é um jogador mentalmente forte. O jogador no Brasil está acostumado a ser ídolo e depois totalmente dizimado pela imprensa. Vamos receber ele, fará os testes, e uma coisa é a seleção, outra é o clube. Terá uma concorrência de dois jogadores que estão muito bem, que são Flaco e Rony. As escolhas serão sempre pensando na equipe", finalizou.