A morte de Izquierdo, jogador de 27 anos do Nacional-URU, acontece 20 anos após a perda do zagueiro Serginho, então jogador do São Caetano, que sofreu uma parada cardiorrespiratória durante uma partida. Ambos os casos aconteceram no MorumBis e em jogos contra o São Paulo.
Leia mais:
Dudu segue pessimista mesmo com clamor da torcida por vaga no Palmeiras
Filipe Luis diz que foi comunicado do afastamento de Gabigol no Flamengo
Flamengo e Atlético empatam em reencontro com pênalti perdido e Gabigol torcedor
Londrina EC conhece calendário 2025 com definição do Paranaense e Série C
Izquierdo sofreu uma arritmia seguida de parada cardíaca na última quinta-feira (22) e não resistiu. O jogador estava internado na UTI no Hospital Israelita Albert Einstein.
O zagueiro caiu sozinho no gramado do MorumBis durante o jogo contra o São Paulo, pela Libertadores e precisou ser reanimado mais tarde. Ele foi atendido por médicos dos dois times no gramado e deixou o estádio de ambulância. O atleta chegou ao hospital em parada cardíaca, e manobras de ressuscitação foram feitas. Um desfibrilador também foi usado.
O quadro do jogador piorou no último domingo, com "progressão do comprometimento cerebral e aumento da pressão intracraniana". Ele passou por cuidados intensivos neurológicos e estava respirando por meio de ventilação mecânica.
Já Serginho morreu em 2004 após cair no gramado desacordado por conta de uma parada cardiorrespiratória. Ele foi retirado de campo às pressas por uma ambulância e teve morte confirmada horas depois, quando já estava no Hospital São Luiz.
O zagueiro teve uma leve arritmia detectada em um exame no Incor (Instituto do Coração) oito meses antes de sua morte. Segundo Paulo Donizetti Forte, médico do São Caetano na época, a condição do jogador não apresentava riscos ou impedia o atleta de entrar em campo.
Um prontuário médico, no entanto, destacava o "risco de morte súbita" e que Serginho tinha um problema grave no coração. O documento foi assinado pelo médico Edimar Alcides Bocchi, então diretor da unidade clínica de insuficiência cardíaca do Incor. O médico, porém, voltou atrás e afirma que a morte do jogador foi uma "fatalidade".
Nairo Ferreira de Souza, presidente do São Caetano, e Paulo Forte foram denunciados pelo promotor Rogério Zagallo. Inicialmente, por dolo eventual. No ano seguinte, o caso foi classificado como homicídio culposo, sem intenção de matar. Em 2013, porém, ele foi arquivado.
Pelo episódio, o São Caetano perdeu 24 pontos no Brasileirão e só não foi rebaixado porque havia feito uma boa campanha -tinha 77 pontos, em quinto lugar, antes da punição, e terminou na 18ª posição. Naquela temporada [2004], o campeonato foi disputado por 24 clubes.
O presidente e o médico do clube também foram punidos. Nairo teria de ficar afastado das suas funções por dois anos. Paulo, por quatro. As penas, entretanto, foram reduzidas à metade meses depois.