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Como Flamengo e Bap pretendem reformular e melhorar sócio-torcedor

Luiza Sá - UOL/Folhapress
16 dez 2024 às 14:15

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- Paula Reis/CRF
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O Flamengo teve a melhor média de público do Campeonato Brasileiro em 2024, mas os números do sócio-torcedor não traduzem a força dos rubro-negros. Apenas o sétimo clube com a maior base nacional, o clube vê o programa oferecer poucas vantagens mesmo a quem mora o Rio de Janeiro. A diretoria de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, assume o comando com a missão de mudar esse cenário.

Vale ressaltar que Bap e seus pares começam de fato a fazer a transição entre as diretorias nesta semana. Isso porque o presidente Rodolfo Landim não quis adiantar o processo antes da posse, nesta quarta-feira, na Gávea. Só então a nova direção terá acesso a documentos, gastos e outros dados internos para iniciar possíveis mudanças.

O QUE PENSA BAP?

O Flamengo hoje tem uma base de 77.577 sócios. A prioridade é de quem paga mais caro, não necessariamente quem frequenta mais jogos. Para finais e duelos importantes, por exemplo, os ingressos sequer chegam em planos mais acessíveis, mesmo que o torcedor vá a todas as partidas do ano.

O plano de Bap é reformular o conceito do programa de sócio do Flamengo. Entre as ideias estão tornar a plataforma uma forma ampla de relacionamento com os clientes, agregar valor com descontos em produtos licenciados ou "CoBranded" desenvolvidos pelo clube, além de melhorar a experiência do usuário com facilidade de interação.

A nova gestão também pretende avaliar a possibilidade da criação de uma categoria popular no sócio. Outra medida será comprar a carga de ingressos como visitante para revender no próprio site, atendendo melhor aos sócios e aos torcedores locais.

Há uma ideia de gerar benefícios para quem, por exemplo, não usufrui dos ingressos. Transformar o programa não só em uma plataforma de venda de bilhetes, mas expandir. Muitas pessoas são sócias de fora do Rio de Janeiro e têm poucas ou nenhuma oportunidade de ver o time jogar presencialmente.

Um dos principais objetivos expostos pela chapa era potencializar os ganhos do Flamengo no mundo digital. Seja com o sócio, as redes sociais ou a FlaTV. Bap entende que o clube explorou mal a expansão da marca.

"O Flamengo faz muito pouco dinheiro no mundo digital. Qualquer influencer hoje que tem um milhão de seguidores faz um valor razoável de faturamento por mês. O Flamengo tem 37 milhões de seguidores únicos de redes sociais e não monetiza isso. O clube não faz nenhuma conexão entre os produtos que licencia e o consumo associado da sua torcida ou dos sócios-torcedores. A gente tem que fazer essa conexão. O Flamengo tem que desenvolver conteúdo dentro de casa, ser como uma Disney. Criar conteúdo em cima do que tem no departamento de futebol e colocar isso na FlaTV. Tem alternativas do que você pode e deve fazer com o clube que podem gerar mais receitas", disse Bap ao UOL em 5 de novembro.

A ideia também é que o clube aproveite o novo estádio para mudar os planos. Isso ainda será estudado com mais calma. Bap, seus pares e potenciais parceiros já conversam sobre as ideias para o programa como um todo há 90 dias.

Um dos temas mais falados sobre o sócio-torcedor é a possibilidade de ter direito a voto. Bap não quis opinar sobre um aumento do colégio eleitoral do Flamengo. "É um assunto que cabe ao sócio decidir, não sou dono do Flamengo e nem mais importante do que ninguém", disse na entrevista ao UOL.

"Esse conceito emocional de 45 milhões de caras que são, em tese, donos do Flamengo não é o que reza o estatuto do clube. Ou você tem um argumento muito bom para esses 6, 7 mil sócios que votam, ou isso não vai mudar. A renovação do quadro de associados do Flamengo nos últimos 12 anos foi incrível. Tem um clube muito mais moderno, vibrante, com mais gente nova, novos pensamentos. Já aprendi que a opinião que temos isolada tem pouco valor, ainda mais quando se trata de um assunto tão sensível quanto esse."

Bap foi um dos responsáveis pela criação do programa de sócio-torcedor no início da gestão de Eduardo Bandeira de Mello. Ele era vice-presidente de marketing do Flamengo. Na época, defendeu a política de ingressos mais caros para incentivar a associação e também de mandar jogos fora do Rio para arrecadar mais.

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